“A água é aquilo que melhor pode ajudar ao renascimento do interior do país”, pois “traz a possibilidade de fazer outro tipo de agricultura e outro tipo de transformação industrial”, disse a governante.
A ministra da Agricultura e do Mar falava aos jornalistas após presidir à cerimónia de inauguração do Aproveitamento Hidroagrícola de Veiros, junto à aldeia com o mesmo nome, no concelho de Estremoz, distrito de Évora.
Assunção Cristas defendeu que “a água é um ponto essencial” para Portugal, para a competitividade da agricultura e para o rendimento dos agricultores, assim como para as regiões mais quentes e secas se prepararem para as alterações climáticas.
“Dias quentes, como este, são habituais no Alentejo, mas, previsivelmente, vão ser cada vez mais habituais. Precisamos de ter água para conjugar com o solo e com a luz e poder produzir bem e em boas condições e deixar mais riqueza no nosso país”, frisou.
Segundo a ministra, o projeto de Veiros, que incluiu a construção de uma barragem, de uma estação elevatória e de redes de rega e viárias, envolveu um investimento público de cerca de 25 milhões de euros, com verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Assunção Cristas referiu que o Aproveitamento Hidroagrícola de Veiros, com uma rede de rega com 15 quilómetros de extensão e capacidade para 1.114 hectares de regadio, vai beneficiar, a partir da campanha do próximo ano, agricultores de Estremoz e do concelho vizinho de Monforte, no distrito de Portalegre.
“É uma oportunidade para esta região se rejuvenescer e poder ter outro tipo de agricultura”, apontou, mostrando-se satisfeita por ver a “obra concluída e pronta a regar”, depois de “ter falado tantas vezes” do assunto no parlamento.
A governante aproveitou para desafiar a associação de beneficiários a organizar-se e a mobilizar os agricultores para que trabalhem em conjunto e se candidatem a projetos do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020).
Também em declarações aos jornalistas, o presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros, José Nuno Pereira, destacou a importância da entrada em funcionamento do aproveitamento hidroagrícola.
“Estamos numa zona de sequeiro tradicional, em que não se conseguem fazer culturas nenhumas e não se consegue ganhar dinheiro. Com a implementação do regadio fica tudo mais fácil”, congratulou-se.
O responsável assinalou que o regadio vai “chegar a cerca de 60 agricultores”, permitindo “transformar” as atuais culturas de trigo de sequeiro e olivais de pequena dimensão em pomares e produtos hortícolas.