Associação acusa câmara de Foz Côa de desvirtuar festival de cinema Cinecoa

A Associação para Promoção da Arte e Cultura Vale do Côa e Douro Superior (APDARC) acusou a câmara de Foz Côa de desvirtuar o espírito do Cinecoa, ao promover um festival que “em nada corresponde” à ideia original.

Em comunicado conhecido esta terça-feira – uma “nota de repúdio” -, a APDARC manifesta o seu “mais profundo desagrado pela forma grotesca e desrespeitosa” como o executivo da Câmara de Vila Nova de Foz Côa “teima em levar por diante a 5.ª edição de um festival de cinema com a designação Cinecoa”, certame que está marcado para os dias 20 a 22 deste mês.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Gustavo Duarte, disse que o Festival Internacional de Cinema de Vila Nova de Foz Côa – Cinecoa é uma marca que está registada em nome daquele município do distrito da Guarda.

No seu texto, a APDARC sublinha que o festival Cinecoa surgiu em 2011 por uma iniciativa do seu diretor artístico, João Trabulo. E “sempre foi da sua responsabilidade e é atualmente da exclusiva responsabilidade da APDARC, tendo tido como um dos seus parceiros, entre muitos outros, a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa”, refere o texto.

A APDARC sublinha a relação que o festival Cinecoa foi criando ao longo de quatro anos (2011-2014), “através do empenho e engenho dos seus membros diretivos e da sua linha editorial”, com as cidades de Lisboa, Porto, Régua, Guarda e Vila Nova de Foz Côa.

O comunicado enviado à Lusa destaca ainda as “pontes de intercâmbio que fundou com países essenciais da história do cinema e de cineastas contemporâneos à escala mundial” que, diz, “não podem ser de maneira alguma devassadas por este esboço de iniciativa que a Câmara de Vila Nova de Foz Côa insiste em promover”.

Considera, por isso, que “é de grande irresponsabilidade que a Câmara de Vila Nova de Foz Côa insista em continuar a funcionar num quadro que menospreza o histórico da associação APDARC, o histórico da sua implantação, desempenho e influência social a nível local, regional, nacional e internacional e também o histórico do investimento público, que nesta proposta de decisão, levianamente, é transformado em desperdício”.

Na resposta, o autarca, frisou que João Trabulo foi “apenas” o diretor artístico do festival, convite feito pela Câmara.

“O festival é pago pela autarquia, com exceção do ano passado, em que se aproveitou uma candidatura efetuada pela Fundação Côa Parque”, concluiu.


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