Assembleia Municipal da Guarda contra encerramento de escolas no concelho

A Assembleia Municipal da Guarda aprovou hoje uma moção contra o encerramento de cinco escolas no concelho e pediu ao Ministério da Educação que “recue” na decisão tomada.

No âmbito do processo de reorganização da rede escolar, o Ministério da Educação e Ciência anunciou o fecho de cinco escolas no concelho da Guarda: Rapoula, Cubo, Rio Diz, Rochoso e Vila Fernando. Os deputados municipais do Bloco de Esquerda (BE), Marco Loureiro e Bruno Andrade, apresentaram hoje, na reunião da Assembleia Municipal, uma moção “contra o encerramento de escolas no concelho da Guarda”, que foi aprovada por maioria, com 25 votos a favor e 41 abstenções. A moção, que vai ser enviada ao ministro da Educação e aos grupos parlamentares da Assembleia da República, contesta o encerramento das cinco escolas do ensino básico e solicita ao Ministério da Educação e Ciência “que recue na decisão tomada”. O BE considera que o fecho de escolas “leva à ausência de crianças nas aldeias” e “promove o desemprego de mais professores, educadores e auxiliares de educação”. “Pedagogicamente, está mais do que provado que o número reduzido de alunos em sala de aula fomenta a sua aprendizagem. Para além das escolas estarem inseridas na sua zona familiar, elas próprias são escolas com afeto, onde existem menos problemas disciplinares”, é apontado. O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), disse ter “esperança” de que ainda seja possível “baixar” o número de escolas a fechar no seu concelho, “apesar de a lista estar publicada”. Lembrou que o número inicial era de 12, mas “foi possível baixar” para cinco, admitindo agora a possibilidade de apenas serem encerradas três escolas. “Acredito firmemente que vai ser possível manter [as escolas das freguesias de] Vila Fernando e de Pera do Moço [Rapoula] pelo menos mais um ano. É a minha esperança, não é a minha certeza”, declarou. O Ministério da Educação e Ciência anunciou que vai fechar 311 escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico e integrá-las em centros escolares ou outros estabelecimentos de ensino, no âmbito do processo de reorganização da rede escolar. “O novo ano letivo terá início em infraestruturas com recursos que oferecem melhores condições para o sucesso escolar. [Os alunos] estarão integrados em turmas compostas por colegas da mesma idade, terão acesso a recursos mais variados, como bibliotecas e recintos apropriados a atividades físicas e participação em ofertas de escola mais diversificadas”, referiu a tutela em comunicado. Segundo a nota, a Secretaria de Estado do Ensino e Administração Escolar concluiu mais uma fase da reorganização da rede escolar, “processo iniciado há cerca de 10 anos e continuado por este Governo desde o ano letivo de 2011/2012, com bom senso e um olhar particular relativamente às características de contexto”.


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