Álvaro Amaro quer comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas com poderes iguais

https://scontent-mad1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xaf1/v/t1.0-9/13055596_1371013316258211_5058209788037602216_n.jpg?oh=31906c7ce6334c7691d1eaa4a9dbaa5e&oe=57B481DC

O presidente da Câmara da Guarda defendeu esta segunda-feira que as Comunidades Intermunicipais (CIM), a par das Áreas Metropolitanas, vejam os seus poderes reforçados, para evitar que surja “um fosso ainda maior” entre o litoral e o interior.

“Eu espero, sinceramente, que ao conferir-se mais poderes ao poder local (…), ao atribuir-se mais competências a níveis supramunicipais, tal como as Comunidades Intermunicipais, tal como as grandes Áreas Metropolitanas, neste caso de Lisboa e Porto, não se cave por aí um fosso ainda maior atribuindo-se poderes políticos democráticos às duas grandes Áreas Metropolitanas, excluindo as outras”, declarou Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP).

O presidente da câmara da Guarda falava na sessão comemorativa do 25 de Abril e dos 40 anos do Poder Local, onde atribuiu a Medalha de Honra grau ouro, a título póstumo, a António de Almeida Santos, o primeiro presidente da Assembleia Municipal local e a Medalha de Mérito Municipal grau ouro a Vítor Cabeço, o primeiro presidente de Câmara eleito no concelho.

No seu discurso, Álvaro Amaro, disse que é “particularmente a favor que essa democraticidade se faça nas Áreas Metropolitanas, mas só deve fazer-se depois de se saber o que é que os governos centrais estão dispostos a ceder do seu poder”.

O autarca apelou para que “não se faça isso apenas para Lisboa e Porto, mais uma vez. Faça-se também isso para as Beiras e Serra da Estrela, faça-se também isso para Dão Lafões, faça-se também isso para a Beira Baixa”.

“Ao fazer-se, dar-se um sinal político apenas só para Lisboa e Porto, receio, receio mesmo, que isso, em vez de poder adiantar esse novo sistema, possa ajudar politicamente, psicologicamente, economicamente, a cavar um fosso ainda maior”, concluiu.

Em sua opinião, nas reformas que se avizinham não é tempo de dar “contributos para que o país se sinta mais dividido, mais injusto”, pois considera que “a maneira mais apropriada de ajudar o litoral português é fomentar a esperança no interior de Portugal”.

Na sessão de homenagem aos dois antigos autarcas da Guarda – Almeida Santos e Vítor Cabeço -, o atual presidente da Câmara referiu que os primeiros eleitos para os órgãos autárquicos a nível nacional “são os verdadeiros capitães de Abril do poder democrático”.

“Esses, que abriram o caminho, os que foram à frente, os que lideraram”, justificou.

Além da atribuição da Medalha de Honra a António de Almeida Santos (que foi presidente da Assembleia Municipal da Guarda entre 1977 e 1985), a autarquia da Guarda atribuiu também hoje o seu nome ao troço da Via de Cintura Externa que liga a zona da ponte pedonal (na Guarda-Gare) ao Parque Industrial.

Na homenagem póstuma, a filha de Almeida Santos, a deputada do PS na Assembleia de República Antónia de Almeida Santos, disse que aquele momento era “de grande significado e emoção”.

“Não podiam ter escolhido melhor a data para homenagear o meu pai. Foi um dos obreiros da democracia e da liberdade”, afirmou.


Conteúdo Recomendado