O empresário José Pinto Guerra disse à agência Lusa que no âmbito do projeto turístico Casas do Juízo, recuperou, desde 2014, várias habitações devolutas da aldeia de Juízo, Pinhel, e disponibiliza atualmente oito casas independentes aos turistas, com uma capacidade máxima de 30 pessoas.
A aldeia de Juízo tem 16 residentes e ganhou vida após a aposta que foi feita pelo empresário, pois, como referiu, por ali passam, ao longo do ano, muitos turistas nacionais e de diversas geografias.
“A aldeia estava muito degradada. Quem viesse aqui há cinco anos e voltasse agora, já não a reconhecia”, disse.
No concelho de Pinhel existem onze unidades de alojamento local em funcionamento.
A vice-presidente da autarquia, Daniela Capelo, afirma que o alojamento local “representa uma enorme oportunidade para as cidades com a dimensão da cidade de Pinhel, possibilitando a oferta de um produto turístico diferenciado”.
“Em territórios que não são apelativos para os grandes operadores hoteleiros, o alojamento local pode ser uma forma de suprir as necessidades e garantir alojamento para os turistas que se deslocam para a região”, referiu.
Segundo a autarca, “atualmente, os turistas procuram experiências e emoções, o que deixa um significativo espaço de intervenção para o alojamento local, que oferece uma solução de alojamento diferenciada e totalmente distinta do produto ‘standartizado’ disponível nas unidades de alojamento de média e grande dimensão”.
“Além da vantagem já apresentada, o alojamento local é ainda uma grande oportunidade para a recuperação do edificado, para a revitalização dos centros históricos das cidades, não podendo ser negligenciado o impacto económico que esta atividade gera e o seu significado na economia local”, admitiu.
A curto prazo, “também em Pinhel, serão, seguramente, efetuados novos investimentos ao nível do alojamento local, estando em fase de preparação vários projetos desta natureza”, perspetivou.
O concelho do Sabugal, também no distrito da Guarda, situado junto da fronteira com Espanha, conta com cerca de 30 alojamentos locais, “essencialmente unidades de alojamento em espaço rural”, segundo o vereador Amadeu Neves.
Para o autarca, responsável pelo pelouro do Turismo na Câmara do Sabugal, trata-se de “uma diversificada oferta que permite ao turista uma estadia única, com a certeza de que no Sabugal o visitante se sente em casa”.
“Esta oferta crescente de alojamentos locais tem permitido uma importante captação de turistas e de visitantes, dada a importância patrimonial de lugares, de paisagens e de singulares tradições que este território dispõe e que cada vez mais se têm vindo a afirmar enquanto marcas identitárias de um território único”, adiantou.
Amadeu Neves realçou ainda “a coragem, o entusiasmo e o risco dos empreendedores que investem nesta área, promovendo o emprego e, simultaneamente, a criação de riqueza, constituindo-se também como promotores da requalificação do edificado mais degradado”.
“A requalificação urbana, a criação de postos de trabalho, a animação do comércio local e a vida que trazem às localidades dão às unidades de alojamento local um papel importante no desenvolvimento económico local, do concelho e da região”, rematou.