Em fórmula vencedora não se mexe, por isso o percurso de 1551,7 quilómetros, que promove o regresso do nordeste transmontano, repete os moldes dos anos anteriores: a Senhora da Graça e a Torre mantêm-se como rainhas, o alto de Santa Luzia substitui a Senhora da Assunção e o sul é novamente esquecido.
Depois de ter sido palco do dia de descanso, em 2014, Viseu volta a assumir-se como uma das cidades protagonistas da 77.ª edição, ao ser palco de um prólogo inédito de seis quilómetros, no centro histórico da cidade, que atribuirá a primeira camisola amarela.
A primeira etapa em linha é precisamente a mais longa, no total de ‘agrestes’ 196,8 quilómetros entre Pinhel e Bragança, que marcam o regresso do nordeste transmontano e da Serra de Bornes à Volta a Portugal.
Para a segunda tirada está reservado o regresso ao percurso da maior prova velocipédica nacional a Macedo de Cavaleiros, ponto de partida para os difíceis 175,6 quilómetros (incluem quatro contagens de montanha), que vão terminar no alto da Serra do Larouco, em Montalegre, uma primeira categoria a 1.525 metros de altitude.
Com a Serra do Barroso como pano de fundo, Boticas, à semelhança de 2014, dará início a uma etapa levando, desta vez, a caravana até ao Minho, mais precisamente a Fafe que, depois de acolher a partida da passada edição, é o ponto final dos 172,2 quilómetros da terceira tirada, provavelmente dedicada aos ‘sprinters’.
Ao quinto dia, um domingo, como é habitual, o pelotão cumpre a sua peregrinação anual à Senhora da Graça, em Mondim de Basto, este ano com 159,4 quilómetros desde Alvarenga, uma escondida freguesia do concelho de Arouca.
Depois de ter acolhido uma chegada no ano passado, Braga ‘apaixonou-se’ pelo ciclismo e, poucas semanas depois de receber os Campeonatos Nacionais, vai ser local de partida da quinta etapa, que conduzirá os resistentes até ao belo Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, na distância de 169,4 quilómetros.
No sétimo dia de competição, Ovar é a grande novidade oferecendo a Praia do Furadouro como cenário de partida da etapa que antecede o dia de descanso. Antes de fazerem um primeiro balanço, os candidatos (e todos os outros) vão pedalar 154,1 quilómetros até Oliveira de Azeméis, que vai manter o espírito da Volta a Portugal noite fora e no dia seguinte com as mais diversas iniciativas organizadas no âmbito da prova.
Recuperado o fôlego após a jornada de descanso, Condeixa-a-Nova – município em estreia absoluta na prova – entra pela ‘porta grande’ ao protagonizar a partida da etapa rainha, que termina na temível Torre.
Nessa quinta-feira, 6 de agosto, serão percorridos 171,3 quilómetros na sétima etapa, que tem a aliciante extra de recuperar a mítica escalada pela vertente Covilhã-Penhas da Saúde, a mais dura de todas até ao ponto mais alto de Portugal continental.
Após as mais que prováveis emoções fortes na Serra da Estrela, a caravana da Volta a Portugal parte desde a Guarda para a oitava tirada, composta por 180,2 quilómetros até à sempre presente cidade de Castelo Branco, propícia a fugas e chegadas rápidas.
O último momento decisivo está reservado para a nona etapa, um longo contrarrelógio de 34,2 quilómetros entre a Praia do Pedrógão e Leiria, semelhante ao de 2010.
Por fim, na 10ª e última etapa, assiste-se ao regresso de Vila Franca de Xira ao mapa da prova depois de 39 anos de ausência, no desfile dos heróis até Lisboa (Marquês de Pombal), numa considerada etapa de consagração, de 132,5 quilómetros, que celebrará o sucessor de Gustavo Veloso no palmarés.