Por não possuirmos uma explicação para algo extraordinário, não é motivo para lhe anexar a chancela extraterrestre. Em

Os cépticos defendem que não se devem obter certezas, mesmo entre verdades absolutas, ou seja tudo aquilo que é saboreado como verdade absoluta também deve ser questionado. Será que os mesmos não duvidam sem, de modo sincrónico, rejeitar a possibilidade de acreditar em algo? Será que os cépticos não aplicam princípios do pensamento crítico e da metodologia científica para corroborar a legitimidade das ideias e dos “conceitos”? Será que os extraterrestres existem? Será que se existirem, visitam o nosso planeta? Quem criou a “marca” OVNI (Objecto Voador Não Identificado)? Será que já alguém viu efectivamente um OVNI? Será que o OVNI tem origem extraterrestre? Será que os extraterrestres eram considerados deuses pelas civilizações antigas? Será que a NASA (National Aeronautics and Space Administration) esconde algum tipo de provas e de testemunhas? Se algum tipo de evidência for encontrada e conduzida pela NASA, não será a maior descoberta da história deste século? Será que não são importantes os esclarecimentos pouco embebidos em fantasia e demagogia? Será que a investigação científica é rigorosa, abrangente e adequada?


Na verdade, não temos evidências de que os extraterrestres existem. Obviamente que o universo é bastante extenso, sendo possível e até compreensível que haja vida em outros planetas não só de microrganismos, como também de vida inteligente. Será que as civilizações tecnologicamente avançadas de origem extraterrestre não são fruto de meras especulações? Será que essas especulações agasalham como único fundamento a imensidão do universo?


Por não possuirmos uma explicação para algo extraordinário, não é motivo para lhe anexar a chancela extraterrestre. Em diversas ocasiões, as informações são escassas para chegar a conclusões harmonizadas. Inúmeros embusteiros tentaram, e continuam a tentar, escorar as suas “presunções” com provas totalmente desafinadas. Muitos daqueles que afirmaram que já viram OVNIs, unicamente contemplaram um determinado fenómeno no firmamento que não são capazes de identificar por ausência de conhecimento em astronomia, bem como por falta de hábito em examinar o céu e desconhecimento sobre fenómenos naturais. Será que os argumentos extraordinários não exigem certezas extraordinárias? Será que o fanatismo não tramou, em certa medida, a Ovniologia? Será que a Ovniologia não deve ser considerada uma pseudociência? Será que a mesma segue, em formatos “honestos”, o método científico? Será que o seu principal objecto de estudo, o OVNI, é experimentável? Será que os documentários sobre esta matéria, que desfilam nos canais de televisão, aquartelam elevadas doses de credibilidade? Será que existe alguma evidência para sustentar as teses que defendem a passagem e permanência de extraterrestres no nosso planeta?

Será que os extraterrestres, a existirem, utilizam atalhos quando se deslocam ao nosso planeta? Será que a necessidade de crença não desagua, em algumas situações, nos OVNIs e extraterrestres?


O cérebro aconchega duas metades, que podem ser consideradas, de certa forma, reflexos de espelho uma da outra, contudo aquartelam funções e ocupações dissemelhantes. O lado esquerdo do cérebro controla a função da alocução, da coerência, da inteligência, do entendimento e da razão, ou seja, a parcela científica de cada ser humano. O lado direito do cérebro identifica configurações, padrões e ruídos, no fundo é o campo artístico de cada ser humano que surge em circunstâncias de inspiração. Os pensamentos podem ser degustados como eventos electromagnéticos de curtíssima longevidade que ocorrem no seio da “doutrina” neurológica.


A história da Ovniologia contou com infindáveis relatos não só de avistamentos de OVNIs, como também de “convivência” de seres humanos com seres extraterrestres. Todavia, todos esses factos são suportados simplesmente por evidências risíveis, ou seja, as pessoas afirmam que viram, mas não têm como provar. As “certezas” ilógicas e as experiências pessoais, só por si, não provam rigorosamente nada. Se o objecto voador não é identificado, então não podemos outorgar-lhe um significado complementar ou secundário sem a conclusão do primeiro princípio. Logo, será certamente legítimo falar em sofisma e argumento inválido. Será que não é elementar que os cidadãos meditem, perguntem e empreguem o cepticismo?