Nos dias de hoje, a Internet é constituída essencialmente por milhões de computadores, interligados através de redes de dados… mas algo está a mudar.

A Internet das coisas ou “Internet de tudo” (IoE – Internet of Everything) é uma revolução tecnológica que representa o futuro da computação e da comunicação, em que tudo poderá comunicar como tudo (ex. computadores, electrodomésticos, carros, bicicletas, vestuário, etc).

Esta nova Internet do “mundo real”, tem como principal objectivo ligar o que está desligado da rede e assenta essencialmente em nano tecnologias, como por exemplo, redes de sensores inteligentes, RFID (Radio-Frequency IDentification), NFC (Near Field Communication), entre outras… e claro o IPv6 (nova versão do protocolo IP) que terá um papel fundamental neste novo paradigma de comunicação e acção.

Segundo estimativas da empresa de Networking Cisco, 99% dos dispositivos do mundo ainda não ligados à “rede” e o número de ligações entre pessoas, processos, dados e “coisas” irão passar dos actuais 10 mil milhões para os 50 mil milhões, já em 2020. Tal crescimento representará uma adopção 5 vezes mais rápida, comparativamente ao que aconteceu com a rede eléctrica e rede telefónica. A Internet das coisas terá 10x mais impacto que a própria Internet e terá um mercado que poderá chegar aos 6,5 mil milhões de euros.

Exemplos de aplicação

A Internet das coisas dará resposta a um universo alargado de áreas como a saúde, automóvel, domótica, agricultura, desporto, vestuário, gestão urbana, entre outras.

Perspectiva-se um futuro, onde a roupa poderá incluir vários sensores capazes de monitorizar o nosso estado de saúde assim como adaptar-se ao próprio ambiente; As nossas calças também poderão “falar” com a máquina de levar e decidir qual o programa de lavagem a usar; No caso da agricultura, com a utilização de sensores, poderá saber-se quais as zonas que necessitam de mais fertilizantes; No segmento automóvel poderão existir vários sistemas de suporte à condução e segurança rodoviária, por exemplo, através de um serviço de mapas, da leitura dos sinais de trânsito e identificação de outros veículos, o nosso veículo poderá circular normalmente num dia de nevoeiro; Na área da domótica, poderemos passar a ter dispensas/frigoríficos inteligentes capazes de nos informar, por exemplo, a quantidade e validade dos produtos. Mas também poderá ser a oportunidade para se criarem sistemas ainda mais eficientes no que se refere ao consumo de energia e muitos outros equipamentos inteligentes (ex. Microondas, fogão, Ar condicionado, etc) que podem tomar as suas próprias decisões, mediante um conjunto de informações ou ser serem simplesmente controlados através do nosso dispositivo móvel (smartphone/tablet/relógio).

Além dos benefícios inerentes a este novo paradigma, a Internet das coisas lança também alguns desafios ao nível da segurança, privacidade e autonomia dos próprios sensores/dispositivos.

Apesar das muitas barreiras nesta fase, este será certamente o futuro da computação e da comunicação que estará ao serviço do ser humano.