PAN, Livre, Iniciativa Liberal e Chega, já atingiram a legitimidade da representação parlamentar. Outros, como o Aliança, estão a breve passo de o conseguir. Provavelmente, da esquerda à direita, todos reforçarão deputados em 2023, ou mesmo antes se houver instabilidade política.
Não é só uma moda que vem de fora, é a potencialidade que os novos canais de informação possibilitam. As monocausas têm agora formas expeditas de se darem a conhecer.
A questão, agora, é se o reforço será feito à custa da abstenção – levando os que não votam a participar na democracia – ou se será feito à custa dos velhos partidos, como parece ter ocorrido nas eleições de 2019.
É sabido que na nossa democracia são poucos os que ousam participar, votando ou sujeitando-se a votos. Porventura, uma forma de aumentar o interesse e a participação, seria aumentar o universo dos candidatos a eleitos. Dessa forma, poder-se-ía ganhar um interesse novo pela participação, aumentando o universo dos eleitores e legitimando os políticos. Como se sabe, hoje menos de 20% dos eleitores escolhem o governo.
A atomização da representatividade política não é algo imprevisto. Acontece em todas as democracias desenvolvidas. No futuro próximo não haverá em Portugal maiorias de um só partido.
Compromissos para as legislaturas vão ser necessários. Talvez a seguir a um período de instabilidade política os eleitores regressem da abstenção para os seus partidos “tradicionais”. Mas enquanto essa instabilidade política não surgir, são os pequenos partidos que vão brilhar.