Grito bem alto a palavra mãe.

Na grandeza infinita de um abraço encontro o meu espaço aqui
És tão imensa que é impossível desenhar-te em palavras
Os teus olhos significam esperança e tranquilidade
Âmago da existência.

Perto de ti perfilho a perseverança e não desisto
Dissolves a mágoa, a angústia e a inquietude
Sentimentos pigmentados
Música cadenciada e suave, sono plácido.

Mar de simetria
Brilho que ofusca a escuridão
Capa de certezas e de aconchego
Porto de abrigo.

As narrativas que me lias
Os valores que arrecadei
A magia que transformava a sombra em luz
As cantigas que me serenavam.

Tempo tão extenso e momentos tão próximos
Aromas campestres, nos quais o bem-me-quer prevalece
Aragem matinal de um dia de primavera
A leveza e serenidade do teu colo.

Alvura que me alumia e me faz reerguer
Irriga os sonhos mais profundos e distantes
Caminha sempre comigo
Amor no coração.

Sopro de liberdade e afectos
Recordar o futuro no teu regaço
Quadro belo e lugar de meditação
Sol límpido e forte.

Mão cheia de histórias e bons conselhos
Sorriso de convicções
Flor que afasta o Inverno
Tesouro perpétuo.

Rosto cristalino
Contigo aprendi a erudição dos homens íntegros
Este poema fica inacabado, é relevante permaneceres aqui
Grito bem alto a palavra mãe.