A alarmante conglobação de riqueza em meia dúzia de Países não foi certamente uma simples e incauta consequência da aplicação de políticas económicas, financeiras e sociais equivocadas.

Desafortunadamente acabou por ser uma estratégia consciente, perspectivando a amontoação de riqueza em poucos grupos. Será que a concentração da riqueza mundial não estará a facilitar a manipulação dos activos corpóreos e das torrentes de produção, trabalho e consumo? Será que os poderosos monopólios, que administram, supervisionam e manuseiam a economia mundial, não acabam por determinar o espaço no qual deve recair a prosperidade ou a miséria? Quanto vale a nova “ordem mundial”? Será que a dinâmica das teorias da conspiração é conjecturável? Quanto mede o hiato que existe entre a realidade e a imaginação?

Esta espécie de cartel domina as erudições científicas e tecnológicas, edificando verdadeiros monopólios de comunicação, informação, especulação, energia e armamento.
Os atentados do 11 de Setembro de 2001, a concepção e disseminação de diversas doenças, o assassinato de John Kennedy, o homem na lua, a ordem dos Illuminati, as profecias apocalípticas, as sociedades secretas, os cavaleiros templários, as diversas crises mundiais, as invasões alienígenas e a nova “ordem mundial” constituem alguns dos “êxitos” que provocaram o aparecimento de diferentes teorias da conspiração em seu redor. Quais são as consequências contraproducentes que podem desaguar nas comunidades com o incremento das teorias da conspiração? Será que diferentes estratégias de comunicação podem acarretar dissemelhantes categorias de aceitação, por parte do público, em relação a tais teorias? Quais são os mecanismos mais eficientes para credibilizar as teorias da conspiração? Será que as populações hospedam inquietações quanto à reputação, dos mananciais de informação e de equanimidade, do emissor da mensagem?

Ao longo dos tempos, inúmeros e dissemelhantes fenómenos políticos, económicos, sociais, culturais, militares, tecnológicos e científicos têm sido escondidos ou apresentados de modo adulterado e faccioso. Acaba por dar a sensação que são conquistas incontroversas e salutares para toda a humanidade. Será que o mundo não é governado por um despotismo oculto que actua, quase de forma exclusiva, na direcção das suas próprias conveniências?
Torna-se essencial que as populações aconcheguem a ideia de que os vértices do mal são tão reais como os do bem. As teorias da conspiração destinam-se a todos aqueles que estão cientes da inclinação, resultado de incalculáveis influências que desfilam em formatos altamente organizados, da nossa civilização ocidental para o precipício.
É imprescindível interpretar e questionar as mensagens que nos endereçam. Numa época em que todas as matérias podem ser disseminadas facilmente e a informação, ou a desinformação, está ao alcance de qualquer cidadão, torna-se crucial adoptar instrumentos que permitam o desenvolvimento de consciências críticas. Diferenciar conteúdos e seleccionar os de qualidade superior constituem condições que devem ser perfilhadas por toda a sociedade. Logicamente que aqueles que albergam sumptuosos semblantes de literacia mediática têm a vida facilitada quando cheiram ou abraçam as teorias da conspiração. Caso não se possua ou não se adopte esta indispensável “armadura”, qualquer teoria, mesmo a mais improcedente, fantasiosa e imaginativa, arrecadará a aquiescência do público, sem que este tenha cubicagem para determinar se existe algum escalão de credibilidade na mesma. Será que as teorias da conspiração têm um lugar cativo em alguns meios de comunicação?

É seguramente elementar para os cidadãos não só ter a percepção sobre quais as verdadeiras motivações e finalidades dos conspiradores e seus defensores, como também ter conhecimento da forma como eles perspectivam a humanidade e a própria realidade.