Um TGV que não descarrile, que com segurança e rapidez nos ligue à Europa, é sem dúvida um grande projecto para o nosso País, um projecto para os próximos 8 anos e que na melhor das hipóteses custará cerca de 9 mil milhões de euros, excluindo as “derrapagens” que desejamos não se verifiquem.
Até lá, esperamos não ouvir muitas vezes que descarrilou uma composição numa qualquer linha mais do Interior (a do Tua por exemplo) ou que as ligações da Linha do Norte estão interrompidas devido a inundações. Quero com isto dizer que, mais do que fazer a todo o custo três linhas de transporte ferroviário de grande velocidade – Lisboa/Madrid, Porto/Lisboa e Vigo/Porto -, seria porventura mais racional investir na melhoria das redes nacionais, articulando-as, renovando-as em segurança e fazer uma, e uma só, ligação TGV à rede europeia.
Em boa verdade, bastaria ligar a Linha do Norte, ali no centro do país, à fronteira em Vilar Formoso, assegurando que Espanha privilegiaria igualmente essa ligação, e com centena e meia de quilómetros de TGV cumprir-se-ia a ligação de Portugal à Europa.
Ou seja, podemos ter a ambição de ter TGV com um terço do investimento, ou menos, não hipotecando todo o futuro dos portugueses no pagamento de uma obra arrojada mas inviável desde o primeiro estudo económico. E, não menos importante, poderemos ter o TGV a passar na nossa Região, com considerável poupança nacional e bom incentivo do nosso desenvolvimento, e alguns recursos financeiros dirigidos à conservação e modernização da rede ferroviária existente.