Qualquer economista ou comentador que se tenha referido à evolução do preço do petróleo nos últimos tempos, fê-lo, quase sem excepção, apontando a inevitabilidade do quadro de preços assustadoramente galopantes. Era, sobretudo, o aumento do consumo das economias emergentes que ditava tal cenário. Andar de automóvel passou a ser quase um acto de luxo (se não mesmo crime ambiental), e apontava-se a situação como duradoura e irreversível.
A aposta fixava-se agora nas energias renováveis e a EDP aproveitou esse bom momento para lançar a sua nova empresa nesta área, com acções a rondar os 8 euros. Ao mesmo tempo, os projectos que diminuem a nossa dependência da energia fóssil e as emissões de CO2, saíram das gavetas e começaram a ser equacionados e mesmo desenvolvidos. Num ápice, tudo quanto vinha sendo anunciado pelos ambientalistas cumpria-se como uma profecia má, e todos encolhemos os ombros.
Alguns, muito poucos, diziam que o preço estava particularmente alto pela acção dos especuladores e não tanto pelas regras do funcionamento dos mercados. Verifica-se hoje que está a um preço impossível de prever há apenas meio ano, de tão baixo, (menos de 60 USD), apesar da redução do volume produzido. É assim porque toda a economia arrefeceu e “esfriou” tanto que já nem os países emergentes consomem…
Entretanto, um novo Presidente foi eleito nos EUA. Barack Obama foi sufragado num conturbado período económico mundial, e, talvez por isso, todos depositem nele uma esperança porventura exagerada no atinente à evolução do panorama económico. Seja como for, e enquanto não muda a política norte-americana, o petróleo está a preços anormalmente baixos, o que só pode significar baixa na procura e desinteresse nos movimentos financeiros especulativos por este “omnipresente” produto.
A crise está agora mundializada. Por cá, esta semana temos Cavaco Silva a promulgar a nacionalização de um Banco (acto que certamente ele nunca achou poder vir a fazer…).
A economia arrefeceu e “esfriou” tanto que já nem os países emergentes consomem…