A relação entre aquilo que produzimos e o que gastamos traduz-se num maior ou menor défice. Em momentos de crise, os impostos não chegam para as despesas públicas e com as receitas fiscais a derrapar, não sobra margem para grandes expectativas nesta matéria. Nos primeiros anos da legislatura, o défice parecia controlado, mas todos os especialistas duvidaram dos remédios de então, pois aumentaram-se as receitas pelo aumento de impostos e não pela redução da despesa. Tal solução viria a mostrar-se insustentável.
José Sócrates já disse que não vai baixar os impostos e Manuela Ferreira Leite já afirmou que os não vai subir. Assim sendo, não se compreende bem como vamos conseguir controlar o famigerado défice. Ou aumenta o produto, ou baixa a despesa… equação tão difícil quanto impossível, sobretudo quando a crise está instalada e as despesas sociais (RSI e subsídio de desemprego) crescem vertiginosamente.
O debate eleitoral das últimas eleições legislativas decorreu com os números do défice por pano de fundo, e agora, volvidos 4 anos e meio, o défice está ainda pior do que quando a legislatura começou, e anunciam-se todos os dias novos subsídios e apoios que só podem agravá-lo. O que vale, para a situação não se tornar caótica, é que muitos das medidas não passam de anúncios que não se concretizam. Oxalá os 150 mil empregos prometidos e que certamente influenciaram o resultado eleitoral de 2005, pudessem ter sido uma realidade e aí as receitas teriam aumentado e estaria o défice controlado.