É absolutamente memorável o recente anúncio da EDP sobre os investimentos em novas barragens, mas, sobretudo, os investimentos que lhes estão associados ao nível da aposta em medidas de preservação ambiental, com uma clara orientação política para medidas ambientais correctas.
Percebe-se bem da consciência social da empresa, que não concebe projectar investimentos em barragens que não respeitem a sustentabilidade ambiental das respectivas áreas de influência e a salvaguarda dos habitats. A título de exemplo, o plano de intervenção ambiental na Barragem do Sabor, alcança os 60 milhões de euros, o que não deixa de ser significativo.
Todos sabemos que as barragens são necessárias e que o nosso potencial hidrológico para produção de energia ainda permite a duplicação da actual produção, diminuindo-se dessa forma a nossa dependência do petróleo. Sabemos igualmente que as barragens têm alguns efeitos que os ambientalistas apontam como nefastas, tais como a impossibilidade de os peixes subirem os rios para a desova e a alteração dos habitats, entre outros.
Contudo, ao nível ambiental, também não deixa de ser verdade que as barragens permitem reservas estratégicas de água, abastecimento de água para consumo humano, caudais ecológicos permanentes (mesmo no verão), prevenção de cheias, culturas agrícolas, navegabilidade, turismo, biodiversidade, etc, etc.
Cuidar de espécies ameaçadas, reflorestar grandes áreas e ter um cuidado especial com os habitats é um desafio importante para a empresa e curiosamente não é assumido como um mal necessário, mas sim como um investimento que acrescenta valor ao investimento principal: um valor ambiental!
É bom que os investidores na Bolsa estejam atentos às preocupações sociais e ambientais das empresas. Pensarei nisso quando voltar a dar uma ordem de compra da EDP, pois como diz a publicidade da empresa: “É bom para o ambiente. É bom para a economia. É bom para todos.”