Fomentar a criação de postos de trabalho é a tarefa mais importante que se coloca hoje aos nossos governantes, e é muito mais importante do que os TGVs, os Submarinos ou outros investimentos de milhares de milhões.

Vivemos um período de elevadas taxas de desemprego. São cerca de 600 mil os desempregados do nosso País, sendo que uma grande parte (170 mil) são jovens que adquiriram formação e competências em áreas multidisciplinares e diversas, não se compreendendo como pode Portugal dispensar tanta mão-de-obra, tanto conhecimento e ao mesmo tempo tanta produtividade.Já por diversas vezes nos referimos ao tema da empregabilidade. Ele é cada vez mais importante. Inserir pessoas no mercado de trabalho é contribuir para a auto-estima de um povo, é aumentar o PIB, é criar rendimento, é estancar a insegurança, é prevenir a criminalidade, enfim, é dos melhores investimentos que uma nação pode fazer.

Tenho para mim, que fomentar a criação de postos de trabalho é a tarefa mais importante que se coloca hoje aos nossos governantes, e é muito mais importante do que os TGVs, os Submarinos ou outros investimentos de milhares de milhões e de sustentabilidade e efeitos duvidosos ao nível de bem-estar das pessoas.

A crise económica tem levado ao aumento de impostos para garantir o nível de receitas (já que o endividamento externo começa a ficar mais proibitivo) e a elevada carga fiscal tem levado a mais crise económica; pelo caminho o desemprego vem aumentando. Assim, não se vislumbra forma de sair da crise. A não ser que se seja ousado nas escolhas das soluções!

Uma delas, que na minha opinião se impõe, é a flexibilização das leis laborais, ainda que por tempo determinado, justificado pela crise. Ou seja, durante este período específico e difícil, sobretudo para os desempregados, que não têm uma oportunidade de trabalho, urge criar condições para que os potenciais empregadores arrisquem, lado a lado com os empregados, e dêem um passo conjunto em frente.

Assim, seria bom que a legislação permitisse empregar jovens e outros desempregados, dando-lhes a oportunidade de aprenderem, de produzirem e de criarem valor e de agarrarem os postos de trabalho no futuro, ainda que no presente os direitos possam ser mais limitados e os empregadores tenham a flexibilidade de os admitir ou despedir com maior facilidade, durante este período excepcional limitado a 2 anos.

Tenho a certeza que o desemprego diminuiria e consequentemente este ciclo negativo poderia começar a mudar de sentido. De que interessa terem os trabalhadores muitos direitos, se depois esses mesmos direitos se resumem no direito de engrossar as filas de desempregados?!

Que culpa têm os jovens desempregados de serem tão rígidas as normas laborais, que os impedem de acrescentar produtividade ao país e que afastam todo o investimento estrangeiro?!