Para que Portugal o possa fazer e venha a ter crescimento económico, emprego e excedentes orçamentais, haverá certamente muito a fazer.

Para que Portugal o possa fazer e venha a ter crescimento económico, emprego e excedentes orçamentais, haverá certamente muito a fazer. São também muitas as Instituições e personalidades que sobre a matéria diariamente debitam “opinião”, como de resto eu próprio hoje aqui faço. Não bastará aprimorar a máquina da Administração e espremer a despesa pública primária, nem aí poderá residir a única solução. Há limites que parecem ter já sido atingidos – sobretudo nos que ganham menos de 1000€ – pelo que por aqui nada a fazer. Aumentar impostos é agora impossível e o arrefecimento do consumo e os prejuízos das empresas ditarão problemas ao nível da cobrança de IVA, IRC e Imposto sobre Veículos. Com os problemas económicos a adensarem-se um pouco por toda a Europa Comunitária, também as nossas exportações vão certamente ter uma redução, e portanto torna-se agora mais claro que vai ser muito difícil e duradouro dar a volta a este “ estado das coisas “, se a TROIKA persistir nas medidas plenas de aparente racionalidade e objectividade, mas que no fundo nos poderão conduzir a uma Grécia, a prazo. É pois tempo de introduzirmos alguma criatividade, tempo de se dar algum impulso à economia, tempo de se acrescentar economia e agentes económicos, tempo de se promover a empregabilidade, tempo de se alavancarem todas as estratégias de desenvolvimento que possam inverter o ciclo… Penso que precisaremos de ser autorizados a fazer diferente, sem contudo perigarmos as reformas em curso que nos afastem da necessidade de Resgate internacional; a gastar/investir de modo diferente os fundos comunitários do QREN, descomprometendo as verbas atribuídas aos que nada fazem; que precisaremos de um novo quadro de benefícios fiscais apelativo de investimento estrangeiro, sobretudo dos nossos emigrantes (com isenção de impostos nas compras de casas velhas nos núcleos antigos para recuperação, por exemplo); que precisamos acrescentar nas atribuições das autarquias o apoio a dinâmicas locais de desenvolvimento; que precisamos apoiar as PMEs (verdadeiras geradoras de emprego duradouro), que precisamos apoiar a conquista de novos destinos para as nossas exportações, enfim, a Troika, independentemente do firmado no memorando, tem de deixar-nos fazer algo de razoavelmente diferente, para que a Grécia não seja a nossa meta…