A conjugação de vários factores levam os portugueses – dos mais endividados da Europa – a procurar refúgio para as suas poupanças. Como a Bolsa não está atractiva, os PPR voltam a ser uma opção. E mais de 800 milhões de euros foram já subscritos este ano. Se pensarmos que este produto acaba por pesar muito na optimização fiscal dos agregados familiares, e virmos o histórico das subscrições, temos que o normal é as mesmas ocorrerem mais no fim do ano, do que no primeiro semestre.
Poder-se-á pensar que os níveis de poupança estão a aumentar, mas tal não decorre dos demais produtos financeiros receptores das poupanças (Certificados de Aforro e Depósitos a Prazo). Encaminho-me mais para a tese de que o “medo” do comportamento bolsista leve os investidores a resgatar os títulos apostando em mercados mais estáveis, como a Dívida Pública ou os velhinhos Depósitos a Prazo.
Comprar Dívida Pública, através dos Certificados de Aforro, é emprestar dinheiro ao Estado e este, de vez em quando, altera as regras do jogo unilateralmente, como aconteceu recentemente, motivando algum abandono pelos “emprestadores”. Já os Depósitos a Prazo (um em cada três portugueses tem Depósitos a Prazo) destinam-se a permitir que os bancos o emprestem a privados, empresas e particulares, para investimento e consumo. Fosse só para investimento e não teríamos tantas famílias a viver acima das possibilidades. Mas a Banca tem uma boa parte das responsabilidades nesta matéria. Emprestar, conjuntamente com o dinheiro para a casa, a 30 anos, dinheiro para trocar de carro – um bem que não chega a durar 8 anos – não é boa prática…
Entretanto, as Bolsas dão um ligeiro sinal de subida: lá fora crescem 2 e 3 %, e por cá cresce 0,03%…