A Europa tem outras armas; é uma economia, digamos assim, mais racional, mais analítica e mais científica… mas nem sempre tão eficiente.

Há 8 anos que os juros não estavam tão altos na Europa. Péssimas notícias para quem tem créditos para pagar. Ainda poderíamos pensar que pode haver oportunidade para os Depósitos a Prazo com taxas a subir e boas remunerações em juros, mas os custos dos combustíveis levaram a que subisse o custo de vida, ou seja, a inflação. E esta, já o sabemos, consome os juros dos depósitos, por mais altos que possam parecer aos depositantes.
Dos Estados Unidos veio a última crise financeira que arrastou todos – ou quase todos – os sectores de actividade para uma estagnação previamente anunciada até à exaustão. Mas lá, as soluções para a crise são bem diferentes das prosseguidas na Europa. Aposta-se no dólar baixo para a promoção das exportações; baixa-se a taxa de juro de referência para relançar a economia através do recurso ao crédito e ao investimento; ignora-se a inflação, que praticamente cresce sempre na mesma razão da liquidez das economias (mais dinheiro em circulação leva a consumos elevados e face ao aumento da procura os preços sobem inevitavelmente); capta-se investimento estrangeiro e tenta-se virar a economia ao contrário…
A Europa tem outras armas; é uma economia, digamos assim, mais racional, mais analítica e mais científica… mas nem sempre tão eficiente. Da História, sabe-se que a inflação é um inimigo que leva à ruína e, por isso, se combate duramente com a alta das taxas de juro, ainda que tal leve à “falência” de muitas famílias, que é precisamente o mesmo efeito que se pretende evitar com o encarecimento do dinheiro que ora se decreta.
Os bancos centrais dos EUA e da UE diferem pois, e muito, na forma e no método como interferem para deixar a economia desenvolver-se. Têm mandatos bem diferentes, mas o fim último é o mesmo: permitir o crescimento com sustentabilidade, ainda que lento.
A economia é uma ciência, uma ciência social, é certo, mas por vezes tem critérios, métodos e análises muito pouco racionais e tantas vezes emotivos. Basta ler as revistas da especialidade e atentar na publicidade que nelas abunda: tantas emoções (carros, jóias, vestuário, férias, casas de sonho), ao lado dos racionais (temas económicos)…