Se alguns portugueses podem ter contas bancárias em offshore e adquirir faustosas casas e participações em empresas a partir do exterior, é natural que muitos pretendam seguir esses exemplos, não estando assim sujeitos a outros escrutínios e atenções, podendo ser ricos à vontade, e anonimamente ricos, o que ainda é melhor.
Seja como for, é um facto que esses milhões remetidos para o exterior, faziam por cá muita falta, seja para aumentar a liquidez dos bancos ou o investimento privado. É dinheiro que por cá devia ser acarinhado e não anunciada a sua perseguição por meros compromissos ideológicos em ano de eleições, em que o eleitorado de base de apoio do Governo tem de estar satisfeito com anúncio de novas tributações das fortunas.
Seja como for, existindo livre circulação de capitais (e estes 6 mil milhões são os oficialmente declarados, podendo os valores ser muito mais elevados na realidade, atentos os negócios que ocorrem fora do mercado formal), devíamos criar condições para que este dinheiro cá pudesse ficar. Há muito que defendo tributações mínimas e base alargada de tributação, para tornar o país mais competitivo na aplicação de capitais. Anunciar novas tributações de altos rendimentos dá irremediavelmente na fuga dos capitais. Ficamos todos mais pobres. Alguém tem dúvidas?