Verdadeiramente, estamos a 12 dias de aferirmos o quanto o mundo mudou. Deixo aqui a minha reflexão de algumas mudanças que já a partir de maio vamos sentir:
- Seremos todos, todos mesmo, muito mais frios e desconfiados no relacionamento, com menos beijos e abraços;
- Voltar a estar (andar) amontoados em transportes ou em filas para o que quer que seja (concertos, futebol) não vai acontecer enquanto a memória nos lembrar de como foi esta Primavera;
- Os idosos em lares e cuidados continuados terão ainda menos visitas do que já tinham antes da pandemia, sendo os grandes afetados, socialmente falando;
- A globalização vai dar dois passos atrás, fechando-se mais os países, com desconfiança de tudo e todos;
- Reduzirão as viagens ao estrangeiro, sobretudo a destinos mais exóticos e as viagens em paquetes vão estar fora das nossas escolhas;
- Os turistas vão chegar em menor número, também, inclusive os dos paquetes;
- Haverá menos condições para integrar emigrantes e, sobretudo, refugiados;
- As empresas colocarão mais colaboradores em teletrabalho, a função pública dará o exemplo, colocando até metade dos seus trabalhadores neste regime;
- As pessoas tenderão a voltar a utilizar o carro próprio para evitarem as aglomerações nos transportes;
- Os horários de trabalho vão todos ser revistos e flexibilizados;
- Muitas empresas e organizações vão encerrar portas, por já não existir o mundo em que singravam;
- Muitas pessoas e famílias vão precisar de espaço e poderão ponderar sair das grandes cidades;
- O imobiliário, com a diminuição das procuras internas e externas sofrerá um grande ajustamento em baixa (sobretudo nas grandes cidades);
- A utilização das plataformas de video-conferência será uma constante e as reuniões com as equipas vão deixar de ser presenciais, bem como grande parte de seminários e de congressos;
- Vamos procurar menos os centros de saúde e hospitais e vamos ter mais cuidado com as velhas gripes;
- As empresas de formação, eventos, concertos, seminários, congressos, feiras, bilhética, discotecas e clubes, vão ter meses de grandes dificuldades. Organizar o que quer que seja vai ser muito difícil e bastará uma notícia menos boa para ser um desastre.
- Faremos mais desporto, sobretudo de ar livre;
- Continuaremos a comprar mais on-line;
- Vamos ter muitos serviços de hora marcada, evitando aglomerações;
- Vamos evitar ir a sítios e a reuniões e encontros que sabemos serem dispensáveis ou sem grande importância.
Todos sabemos que nada será como antes. O tempo terá mais valor. Haverá também um tempo de readaptação e tentaremos todos voltar ao normal. Mas para já, evitaremos todas as filas, aglomerados e confusões; pelo menos enquanto houver memória (mas as televisões vão recordar-nos sempre…).