Independentemente dessa avaliação negativa, estamos no primeiro trimestre do ano e a antevisão para os meses em falta são muito pessimistas.

Alguns acreditam que os anos bissextos não são anos bons, nem para a produção agrícola nem industrial, e mesmo para os eventos sociais, como os casamentos. Ao acreditarem que o ano bissexto é de mau agouro, fazem-no sem base científica, não obstante haja alguma carga psicológica relacionada com a ansiedade que um ano maior em um dia pode ter.


Independentemente dessa avaliação negativa, estamos no primeiro trimestre do ano e a antevisão para os meses em falta é muito pessimista.

Tudo, ou quase, devido à pandemia que o Coronavírus está a provocar e aos efeitos económico-sociais colaterais. O ano estará perdido para o turismo, mas, verdadeiramente, não serão apenas a restauração, a hotelaria e os subsetores do turismo a perder com esta pandemia. Todos já percebemos que as perdas serão imensas e em todas as áreas. Veja-se o impacto que terá no ano académico, por exemplo, no desporto, ou nos eventos…


Cairá o mercado de capitais, aumentará o desemprego, haverá quebra no consumo (numa primeira fase até poderá aumentar o consumo de bens alimentares, mas depois normalizará e os bens duradouros não terão procura), baixará a confiança dos consumidores, os investidores atrasarão as suas decisões de longo prazo, serão menores os lucros tributáveis, serão menos os impostos sobre o rendimento e mesmo sobre o consumo, maior a despesa com prestações sociais, haverá perda de competitividade, aumentarão as falências e encerramentos, cairá a poupança e os juros da dívida poderão voltar a subir; e diminuirão as exportações e voltará o défice público.


Se será ou não pior do que na última crise da dívida pública de 2011/14, ainda não o sabemos. Mas, um país fechado por longas semanas devido a questões de saúde pública para as quais ninguém estava suficientemente preparado – o surto provocado pelo Covid-19 – só pode estar nesta fase apreensivo e receoso de que o ano esteja perdido.


Cabe a todos fazermos algo ao nosso alcance para que assim não seja. Comecemos por seguir as indicações dos responsáveis da saúde para que o surto seja contido e vencido. Depois façamos tudo para que as fragilidades e as ameaças possam ser vencidas e debeladas. Será um grande desafio, quando ainda não passou uma década da última crise económica e financeira. Quem pensar que estará fora dos efeitos destas ondas de crise, estará mais uma vez enganado.