Os meios de transporte alternativos, sejam eles quais forem, estão a colocar em causa a supremacia do automóvel. Nas cidades, motas elétricas, trotinetas e bicicletas vão tomando o seu espaço. Em breve também as viaturas autónimas que viajam em canal próprio. Também as viagens partilhadas, o trabalho a partir de casa e as compras do supermercado que chegam a nossa casa, vão tornar o automóvel próprio cada vez menos necessário. Quando muito, será imperioso em férias, mas aí o aluguer por uma semana pode apresentar-se bem mais económico. Idem para uma ou outra utilização casual ou festiva.
Os passes sociais com custo suportado pelos contribuintes vai acelerar a desnecessidade do carro próprio. Também a imensa oferta de seviços tipo Uber vai libertar-nos do carro para uso pessoal.
O automóvel paga muitos impostos e é indesejado nas cidades. Quase todas as obras que se fazem nas cidades diminuem estacionamentos e faixas de rodagem e transformam estacionamentos livres em parques pagos, e cada vez mais caros. É proibitivo ter carro na cidade.
Temos assim um bem que todas as famílias possuem e que está a ficar obsoleto ou impossível de manter. Um bem que em combustíveis, portagens, seguros, estacionamento e manutenção fica muito caro. Desde o ato de compra que o automóvel paga impostos e mesmo inconstitucionais impostos sobre impostos (como é o caso do IVA), e por toda a vida útil é um bem que consome grande parte do rendimento das famílias.
Este bem é talvez o maior contribuinte no nosso país e ajuda a custear as despesas públicas. Até agora aumentaram sempre os impostos inerentes ao uso do carro e a procura de carros foi incessante.
Mas com a diminuição de carros em circulação diminuirá a receita fiscal derivada ou, diminuindo o universo tributável aumentarão as taxas sobre os resistentes ou os que não têm alternativa pública de transportes pagos pelos impostos.