Vai começar um choque com a realidade. Nunca fomos politicamente estáveis durante muito tempo na nossa curta vivência democrática e toda a gente se admirava com a nossa estabilidade e com a ausência de populismos e de extremismos. Mas não há mesmo dinheiro. Cada vez pedimos e devemos mais ao estrangeiro e algum dia haveremos de começar a amortizar isto, e nesse momento lá se irão os direitos adquiridos… Quem é mais velho, sabe por experiência como isto acaba, ou se desenrola.
Até lá fingiremos que não precisamos de ser austeros, mas basta pararmos numa qualquer bomba de gasolina, agora transformada em tesouraria das finanças para percebermos que não há volta a dar…
E se tivermos de pagar mais 1% de IVA? Seja. Não virá mal ao mundo. Ficaremos menos competitivos ainda, mais fechados sobre nós próprios e começa a valer a pena a otimização fiscal ( ou mesmo a fuga). Há um momento em que a maiores taxas não corresponde maior cobrança fiscal… está estudado.
Por outro lado, gastando-se mais 900 milhões com funcionários e agravando o IVA, o PIB subirá e a magia do menor endividamento relativo trará juros ainda mais baixos. Acresce que uma parte substancial desse valor regressa ao Estado sob a forma de Impostos (sobre o rendimento dos aumentados e sobre o consumo). Mas, inevitavelmente, maior dívida e encargos futuros.
É assim tão difícil perceber de finanças públicas?!