Com efeito, 2009 acabou por ser um grande ano para as Bolsas de Valores Mobiliários, que o mesmo é dizer para os investidores em acções.

Terminados os dois ciclos eleitorais, razão pela qual suspendemos a publicação destes comentários, por critérios de isenção, eis-nos no Natal, já com os governos, nacional e locais, instalados e em funções, a olhar para a nossa economia com olhos de ver.Na última crónica perguntavamos se não seria tempo de vender, face à boa recuperação que os títulos tinham conseguido na Bolsa, mesmo em tempos de crise económica. Com efeito, 2009 acabou por ser um grande ano para as Bolsas de Valores Mobiliários, que o mesmo é dizer para os investidores em acções. Para os que entraram em 2009, bem entendido, que para os que detinham posições desde 2007 e as mantiveram no auge da crise em 2008, porventura nem todos os investimentos estarão ainda recuperados.

Que outro investimento rentabilizou em 2009 mais de 30% como as vinte maiores cotadas da Bolsa portuguesa?

Quem seguiu estas nossas humildes crónicas, certamente poderá ter feito alguns bons negócios, medidos em mais-valias efectivas. Certamente que alguns ainda fizeram negócios maiores, que em boa verdade são sempre possíveis mesmo em tempo de crise (vejam-se os casos recentes da Cimpor, da Teixeira Duarte e da ZON, todos a proporcionar boas oportunidades, curiosamente todas elas vindas de economias emergentes, o Brasil e Angola).

Os mercados nas economias emergentes sofreram muito com a crise presente, mas o potencial continua lá, a força produtiva e o mercado de consumo também. Basta pensar que só na última década a população mundial aumentou o equivalente a sessenta “portugais” e não foi nos países da “velha” economia que tal se verificou. Foi, isso sim, em grande parte nos países das economias emergentes. É pois tempo, neste novo ciclo económico, de prestar renovada atenção aos fundos de investimentos que aplicam capitais na China, Brasil, Índia, México e Angola, entre outros.

De resto, basta ver o que está a acontecer na Grécia – onde a expressão banca rota veio recentemente à agenda – e comparar os parâmetros da dívida pública e do défice, por exemplo, para se concluir que ter todo o investimento realizado em países com os mesmos problemas (de que Portugal não andará suficientemente longe) pode não ser a melhor das opções para 2010, sobretudo quando a ameaça de uma certa ingovernabilidade paira no ar.

Feliz Natal e um 2010 sem crises nem adversidades para os seus investimentos.