ULS da Guarda perde médicos para o litoral

Quatro internos de Medicina Geral e Familiar queriam continuar na unidade mas o Ministério da Saúde só abriu duas vagas.Dois médicos que realizaram o internato na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda – e manifestaram vontade de continuar – vão ter de rumar a outras paragens. Isto porque o Ministério da Saúde disponibilizou apenas […]

Quatro internos de Medicina Geral e Familiar queriam continuar na unidade mas o Ministério da Saúde só abriu duas vagas.Dois médicos que realizaram o internato na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda – e manifestaram vontade de continuar – vão ter de rumar a outras paragens. Isto porque o Ministério da Saúde disponibilizou apenas duas vagas de Medicina Geral e Familiar, numa altura em que a ULS local contava integrar os quatro clínicos que tinham terminado recentemente o internato na especialidade. «Temos a impressão de que fazemos lá falta, pelo que não conseguimos compreender esta situação», garantiu um dos envolvidos a O INTERIOR. O quarteto, que conclui o internato há cerca de cinco meses, contava prosseguir a carreira médica na Guarda, pelo que a divulgação das vagas pelo Ministério surpreendeu os jovens médicos. «Tínhamos interesse em ficar; e a própria ULS tem dificuldade em trazer médicos para cá», frisa o visado, que pediu para não ser identificado. «Obrigam-nos a ir para o litoral», lamenta. Depois de uma primeira abordagem ao Conselho de Administração (CA) da ULS da Guarda, procurando reverter a situação, os dois internos não colocados acabaram por concorrer para outros sítios do país.
Contactado por O INTERIOR, Vasco Lino, presidente do CA guardense, admitiu que «os outros dois médicos fazem falta para colmatar as carências que temos», uma vez que «ainda ficam carenciados centros de saúde como Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Seia, Sabugal, Manteigas e Guarda». A falta de médicos continua a preocupar Vasco Lino, que alerta para a urgência de uma solução: «Estimamos que sejam necessários mais cinco médicos de imediato», considera. Ainda assim, estes não devem chegar para dar resposta às necessidades da ULS local: «Com a previsível saída de médicos reformados que se mantêm em funções, podem vir a ser necessários cerca de 20 médicos», indica o responsável. Num despacho publicado no Diário da República, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de 191 vagas na especialidade de Medicina Geral e Familiar em 13 unidades de saúde, sendo que perto de 74 por cento das mesmas se destinam aos principais centros, nomeadamente Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte (50 vagas), ARS de Lisboa e Vale do Tejo (70 vagas) e ARS do Centro (21 vagas).


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