Fotógrafo celoricense Alfredo Cunha expõe cinco décadas de imagens no Museu do Neo-Realismo

Alfredo Cunha

Uma exposição com um conjunto de fotografias de Alfredo Cunha captadas nas últimas cinco décadas, que cobrem vários temas, vai ser inaugurada a 18 de novembro no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, foi hoje anunciado.

Com curadoria de David Santos, a exposição “Alfredo Cunha • Photographo” vai ser organizada em torno de seis temáticas: “Revolução do 25 de Abril e Descolonização”, “Mundo”, “Portugal”, “Conflito, “Religião” e “Retratos”, segundo um comunicado do museu.

Alfredo Cunha nasceu em 1953, em Celorico da Beira, e em 1970 iniciou a carreira profissional em fotografia, colaborando, ao longo da carreira, com jornais como O Século, Público e Jornal de Notícias, entre outros.

Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares, e recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

“Similares à ´matrioska´, a fotografia e a sua prática continuada apresentam uma origem que desdobra em retrospetiva a vida de Alfredo Cunha até ao início do século XX, quando o seu avô assumiu o risco de exercer a fotografia como profissão”, recordou David Santos, também diretor do Museu do Neo-Realismo.

O curador recordou como a fotografia acompanhou várias gerações da família de Alfredo Cunha: “O gesto de similaridade familiar confirmou-se depois na opção renovada do seu pai pelos labores disciplinados do atelier de fotografia e, finalmente, na sua própria demanda pela aventura irresistível da reportagem, insistindo todos, desse modo existencial, na transmissão de uma sensibilidade e de uma cultura sobre a produção de imagens que sublinha, antes de mais, o valor consanguíneo de um património comum”.

No caso de Alfredo Cunha, “a vida é feita de imagens realizadas, a realizar, e outras que ficaram para trás, algumas transcendem a singularidade da decisão autoral e ganham um peso que é coletivo, identitário”, considerou ainda David Santos.

Alfredo Cunha tem publicado diversos livros de fotografia, entre os quais “Raízes da Nossa Força” (1972), “Naquele Tempo” (1995), “Cortina dos Dias” (2012), “Os Rapazes dos Tanques” (2014), “Retratos 1970-2018” (2018), “O Tempo das Mulheres” (2019) e “Leica Years” (2020).

Em 2022, a Imprensa Nacional lançou um livro intitulado “Ph.09 Alfredo Cunha” também sobre as cinco décadas de atividade fotográfica.


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