Um evento anual que assinala a celebração da transumância e onde o sagrado e o profano se fundem
num misto de agradecimento, devoção e festa.
A Nossa Senhora da Assedace tem um papel fundamental na espiritualidade das gentes da Serra da
Estrela, sendo considerada como a protetora dos pastores e do gado da montanha. O voto que na Páscoa
é feito e a sua romaria em setembro, são a prova viva da memória popular em relação aos lugares que
povoam o imaginário de uma comunidade, durante séculos, sobrevivendo em rituais, como a romaria, e
em lendas, como a da própria capela da Nossa Senhora da Assedace, mas acima de tudo trata-se de uma
inestimável manifestação da cultura imaterial e tradição serranas, e da freguesia de Folgosinho em
particular.
Deste lugar isolado na serra (935m), sabemos que foi habitado desde os alvores da nacionalidade. A
referência mais antiga a este lugar data das inquirições ordenadas pelo monarca D. Dinis, em 1285, na
descrição do julgado de Folgosinho, onde se menciona a “aldeya que chamam de Cedarça”, no seu termo.
No séc. XVIII, o Frei Agostinho de Santa Maria informa os leitores que “nestas antigas ruínas se encontra
ileso o Santuário e Casa da Senhora de Sedarça, título tomado da mesma povoação de que ela era a
padroeira”, escrevendo que a tradição popular afirmava que a Sedarça fora edificada primeiro que
Folgosinho. Os habitantes, após uma enfadonha guerra contra as formigas, que tudo destruíram e
invadiram, excetuando o santuário mantendo-o incorruptível e interpretando este sinal como a
confirmação da sacralidade desta ermida, foram para Folgosinho viver, mantendo as suas terras, e os
direitos sobre elas, do amplo vale serrano.
Assim, esta relação entre a Serra, as suas gentes e a sua fé mantêm-se hoje intactas, com grupos de várias
povoações da serra a pernoitarem de 7 para 8 de setembro, deslocando-se em romaria, para assistir e
participar na procissão e em outras cerimónias litúrgicas.
Tradicionalmente, o percurso da romaria (e da procissão) iniciava-se em Folgosinho, no adro da Igreja de
S. Pedro, subindo a calçada romana dos Galhardos (Imóvel de Interesse Público), iniciando a descida na Portela de Folgosinho, até ao cruzeiro da Assedace, chegando daí à ermida, onde se dá início às
celebrações, conduzidas pelo pároco de Folgosinho. É este trajeto, de cerca de 9 Km, que o Município de
Gouveia, integrando a atividade na Rede Cultural Terras da Transumância, propõe a todos os interessados.
Um caminho percorrido incontáveis vezes, nos últimos séculos, numa experiência orientada,
acompanhada e interpretada da paisagem que, terá inicio pelas 7h30, com concentração junto à igreja de
S. Pedro, em Folgosinho, até à Ermida da Nossa Senhora da Assedace.
As celebrações religiosas da Eucaristia e da Procissão, organizadas e conduzidas pelo pároco da freguesia
e pela Irmandade das Almas encontram-se marcadas para as 12h00, seguindo-se a depois a merenda
comunitária, que constitui um momento de partilha e de convívio entre os fiéis.
Esta iniciativa, de caráter gratuito, encontra-se limitada à participação máxima de 25 pessoas.
As inscrições poderão ser realizadas, até ao dia 6 de setembro, através do preenchimento do formulário
que se encontra no site do Município: Inscrições Terras da Transumância, de forma
presencial no Posto de Turismo de Gouveia, sito em Jardim da Ribeira ou alternativamente através do
contacto de email: turismo@cm-gouveia.pt; ou dos contatos de telefone 238 083 930; ou de telemóvel:
962 033 099.