“Estamos a começar o projeto pelas fundações, porque o projeto tem de dar a prova de que é exequível no tempo. E este é o tempo. Também estou de acordo com os nossos autarcas. Se não fizermos agora este projeto, não teremos mais condições para o fazer, até porque não podemos ignorar que este projeto surge no âmbito de outro trabalho que também estamos a fazer, que é o Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE)”, afirmou a governante.
Ana Abrunhosa presidiu hoje, em Gouveia, no distrito da Guarda, à celebração de um contrato intermunicipal entre as autarquias de Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, para a elaboração do projeto de uma “estrada verde” de ligação dos territórios ao maciço central da serra da Estrela.
No âmbito do acordo, os três municípios estabeleceram o contrato que vai permitir a requalificação e pavimentação de um caminho florestal que existe entre Videmonte (Guarda) e que faz ligação com Linhares da Beira (Celorico da Beira) e Alto da Portela, Calçada dos Galhardos, Senhora da Assedasse (Folgosinho, Gouveia) até à entrada no concelho de Manteigas.
Na opinião de Ana Abrunhosa, o projeto “é absolutamente determinante para revitalizar, também, o PNSE, e para ter vida na serra da Estrela”.
Segundo a ministra, as calamidades, como é o caso dos incêndios, são originadas “pelo abandono” dos territórios.
“E, nós, mesmo tendo valores naturais e ambientais a preservar, sabemos que esses valores naturais e ambientais devem e podem conviver com o ser humano. Nós temos de humanizar estes territórios, estes patrimónios naturais, porque, sem o homem, eles ficam abandonados”, sustentou.
E prosseguiu: “E, portanto, nós não queremos museus onde, depois, vem a calamidade e transforma o museu em deserto, em destruição, para nossa pena, porque isto é nosso, isto é o nosso maior património”.
Na sua intervenção, Ana Abrunhosa também referiu que, independentemente das ajudas do Governo, as iniciativas dos autarcas são importantes para dinamizar a economia.
Alertou, ainda, que promover o desenvolvimento sustentável da região e do ecossistema da serra da Estrela é “uma responsabilidade de todos”, mas será “mais fácil” se o território estiver habitado, se for vivido e se for valorizado.
“Sabemos que pensar, planear e gerir a serra da Estrela não é, nem pode ser, um ato isolado. É um exercício participado, é um compromisso de todos. E é por isso que estamos aqui hoje”, disse.
A terminar, Ana Abrunhosa dirigiu-se aos autarcas e garantiu: “Contem com o nosso compromisso. (…) Faremos o ‘caminho verde’ em conjunto”.
Por sua vez, a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, valorizou o projeto da “estrada verde” porque a aposta na mobilidade “é essencial para evitar o isolamento das populações” e para criar condições que fixem e atraiam cada vez mais pessoas.
“Este não é um caminho qualquer. É um caminho que passa e que potencia um dos territórios mais emblemáticos que temos com maior potencialidade e que mais significa para Portugal, que é a serra da Estrela. E, portanto, também permitirá tirar partido de toda a riqueza paisagística e [de] todo o património vastíssimo”, disse.