A Câmara da Guarda aprovou ontem, por unanimidade, uma parceria intermunicipal, com os municípios de Celorico da Beira e Gouveia, para elaboração do projeto de uma “estrada verde” de ligação ao maciço central da serra da Estrela.
“Há seguramente mais de 20 anos que se fala muito na ‘estrada verde’ do acesso da Guarda ao maciço central da serra da Estrela. Muito se falou, mas não se passou das meras intenções (…), mas este é o momento em que nós, hoje, aprovámos um contrato de parceria entre o município da Guarda, o município de Celorico da Beira e o município de Gouveia (…) para podermos iniciar o projeto de execução”, referiu Sérgio Costa.
O autarca independente (Movimento pela Guarda), que falava aos jornalistas no final da reunião pública do executivo municipal, adiantou que o acordo permitirá que um caminho florestal que existe entre Videmonte (Guarda) e que faz a ligação com Linhares da Beira (Celorico da Beira) e Alto da Portela, Calçada dos Galhardos, Senhora da Assedasse (Folgosinho, Gouveia) seja pavimentado, para criação da denominada “estrada verde”.
A via que está a ser planeada será, na opinião de Sérgio Costa, o acesso direto “que a Guarda nunca teve” ao maciço central da serra da Estrela e que fará a ligação com a Torre.
“Este é um passo muito importante na nossa estratégia de a Guarda se afirmar, cada vez mais, também, como uma nova porta para a serra da Estrela, que o conseguimos [ser] através dos Passadiços do Mondego”, declarou.
A parceria entre os três municípios, liderada pela Câmara da Guarda, vai permitir executar o projeto da obra que, pelas contas do autarca independente custará “vários milhões de euros” e será candidatada a financiamento europeu.
A futura via terá uma extensão de cerca de 25 quilómetros e o responsável considera que pode “revolucionar a acessibilidade no maciço central da serra da Estrela” ao nível turístico e do combate aos incêndios, dado que naquele planalto, entre Videmonte, Linhares da Beira e Folgosinho, as acessibilidades “ditas normais” não existem.
“A pretensão é que seja um caminho pavimentado, com alguma dimensão, para que possam circular viaturas automóveis (…) e um caminho com alguma dimensão que permita que se cruzem duas viaturas”, esclareceu
O vereador do PSD, Carlos Chaves Monteiro, disse que os três eleitos votaram favoravelmente a proposta por considerarem que a Guarda é a cidade “que tira menos proveito da exploração da serra da Estrela” e “a proximidade à Torre e ao maciço central é fundamental”.
Depois de referir que a Guarda “até poderia ser a cidade mais próxima do maciço central”, salientou que também existe a possibilidade de outra ligação a partir de Vale da Estrela e de Famalicão da Serra.
Por sua vez, o eleito do PS, Luís Couto, explicou que votou a favor do contrato de parceria intermunicipal, que envolve as autarquias da Guarda, Celorico da Beira e Gouveia, por verificar que é positivo “partilhar o esforço” da execução da via “pelas três câmaras e não só por uma”.
Na sessão de ontem, entre outros assuntos, o executivo municipal da Guarda deliberou celebrar um contrato de comodato com a Junta de Freguesia de Porto da Carne para que os alunos do Centro Escolar possam usufruir do polidesportivo; aprovou o apoio para a compra de árvores a plantar no concelho e a atribuição de 20 mil euros aos 14 bairros da cidade, que vão participar na edição deste ano na iniciativa dos Santos Populares “Santos da Guarda 2023”.