Fundão quer Serra da Gardunha como Área Integrada de Gestão de Paisagem

Com esta candidatura, a autarquia pretende proteger a paisagem e a biodiversidade, conservar o solo e a água e diminuir a suscetibilidade ao fogo.

A Câmara do Fundão apresentou uma candidatura para que seja criada a Área Integrada de Gestão de Paisagem (AIGP) na Serra da Gardunha, para ajudar a preservar a floresta e biodiversidade e para aumentar a eficácia contra os fogos.

Em nota de imprensa, a autarquia especifica que a proposta apresentada abrange a denominada Cordilheira Central da Gardunha, num total de 4.503 hectares e que tem como objetivos reforçar a diversidade da paisagem, aumentar a resiliência da floresta ao risco e integrar espaços florestais em espaços agrícolas, de forma a tornar o território mais produtivo, ao mesmo tempo que se aumenta a eficácia da prevenção contra incêndios.

“Com esta candidatura, a autarquia pretende proteger a paisagem e a biodiversidade, conservar o solo e a água e diminuir a suscetibilidade ao fogo, numa altura em que se discute o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo do Programa Portugal 2020, que define a criação de AIGP como uma “medida estrutural desta reforma, enquanto instrumento operativo de gestão e exploração comum dos espaços agroflorestais em zonas de minifúndio”, acrescenta.

O município, que é presidido por Paulo Fernandes (PSD), também frisa que esta AIGP sujeitará “determinada área com fatores críticos de perigosidade de incêndio e vulnerabilidades a um conjunto articulado e integrado de intervenções, tendo por base uma Operação Integrada de Gestão da Paisagem e visando a reconversão e gestão de territórios florestais, agrícolas e silvopastoris, através de uma gestão ativa e racional”.

“É promovida e operacionalizada pelos atores locais, enquanto dinamizadores da transformação da paisagem (autarquias, organizações de produtores florestais e agrícolas, cooperativas, associações locais, entidades de gestão coletiva, entre outras)”, acrescenta.

A nota lembra igualmente que AIGP é um instrumento através do qual se pretende promover a gestão e exploração comum dos espaços agroflorestais em zonas de minifúndio e de elevado risco de incêndio.

No que concerne à área agroflorestal pretende-se promover uma floresta sustentável e produtiva, com a reintrodução do castanheiro, o reforço do medronheiro, do cogumelo silvestre e diversas espécies autóctones, como o carvalho, o pinho e o sobreiro (zona sul), a promoção da apicultura, o incentivo às práticas de silvicultura, a proteção do ecossistema e a promoção do turismo de natureza.

“Nesta área irá manter-se uma forte aposta na investigação e conhecimento na área da biotecnologia, onde o Centro de Biotecnologia e Plantas da Beira Interior terá um papel preponderante”, acrescenta o município.

Esta candidatura irá, também, ter como objetivos a realização de um cadastro na globalidade da área proposta, a criação de um fundo de arrendamento de terras e a implementação de infraestruturas.

Se for aprovada, a gestão da AIGP será feita em coordenação entre entidades públicas, ligadas à investigação, ao desenvolvimento de projetos florestais e gestoras de terrenos privados ou de domínio público, nomeadamente: Município do Fundão, Agência de Desenvolvimento Gardunha 21, Pinus Verde, proprietários, associações de compartes, instituições gestoras de baldios, juntas de freguesia, Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior, organizações de produtores da fileira da cereja e do queijo e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

A candidatura surge a partir do consórcio definido pela rede iNature (entidade promotora do turismo de natureza em 12 áreas naturais classificadas da Região Centro), que definiu um conjunto de AIGP’s em áreas classificadas, num posicionamento comum entre a Paisagem Protegida Regional da Serra da Gardunha, Parque Natural Vouga-Caramulo e Reserva Natural da Serra da Malcata.


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