Idosos de lares do Fundão não votaram antecipadamente nas eleições presidenciais, apesar a inscrição ter sido feita através de um “link” enviado pela Segurança Social, disse à Lusa o responsável de uma das instituições.
Em declarações à agência Lusa, o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, Jorge Gaspar, frisou que a instituição se limitou a seguir as recomendações da respetiva tutela, tendo sido “surpreendida” pelo facto de os idosos terem ficado fora do voto antecipado.
“Seguimos as recomendações do email, que nos pedia a inscrição dos idosos – caso a caso e detalhadamente – através de um ‘link’. Foi o que fizemos”, disse.
Detalhando que a Misericórdia tem três estruturas residenciais, referiu que a situação abrangeu um total de 49 idosos que tinham manifestado intenção de votar antecipadamente e que acabaram por não o poder fazer.
Jorge Gaspar frisa ainda que a mensagem de correio eletrónico da Segurança Social também explicava que a inscrição era para posterior “articulação” com o Ministério da Administração Interna (MAI), pelo que a instituição estava “plenamente convicta” de que, depois dessa inscrição, o processo seria encaminhado.
“Se houve falhas foi nessa ‘articulação posterior’, porque nós seguimos o que a estrutura que nos tutela indicou”, reiterou Jorge Gaspar, sublinhando que a comunicação da Segurança Social não fazia qualquer referência à necessidade de repetir a inscrição na plataforma do MAI.
O responsável frisa ainda que o email “era bem claro” ao frisar que haveria uma “articulação” com o MAI, de tal forma que o mesmo terá acontecido noutras instituições.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, confirmou ter tido conhecimento de que houve problemas em “pelo menos” duas instituições do concelho, que acreditavam ter feito a inscrição através da Segurança Social, nomeadamente os lares da Santa Casa e o Lar de Valverde.
“Assim que soubemos ainda contactámos o MAI, mas explicaram que sem a inscrição na plataforma oficial não seria possível recolher os votos”, disse.
Lamentando que as pessoas não tenham podido exercer um direito, principalmente quando manifestaram essa vontade, Paulo Fernandes também apontou que não sabe se a situação se repetiu noutras instituições, uma vez que, tal pode ter acontecido, sem que as mesmas tenham entrado em contacto com a autarquia.
Contactado pela Lusa, o serviço de assessoria do Instituto de Segurança Social remeteu esclarecimentos para o MAI.
A agência Lusa questionou o MAI às 21 horas e até às 22h30 não obteve resposta.