A Fundação Côa Parque está a desenvolver um “inventário virtual” que dá conta à comunidade de todas as atividades e descobertas levadas a cabo pelos arqueólogos no Parque Arqueológico e Museu do Côa, foi hoje divulgado.
“Nós temos de disponibilizar os nossos recursos e o património que está afeto a este projeto cultural à comunidade em geral, quer seja no panorama nacional ou internacional. A título de exemplo, temos concentradas numa plataforma virtual todas as publicações científicas sobre o Vale do Côa”, explicou à Lusa o presidente do fundação, Bruno Navarro.
Desde 02 de dezembro, quando se assinalou o 22.º aniversário da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que nova plataforma está ativa.
“O inventário sistemático da arte rupestre do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), ou o acervo do Museu do Côa, a que se junta o espólio arqueológico recolhido nas investigações em curso neste território estão agora reunidos nunca só plataforma”, destacou o responsável pela fundação.
Segundo Bruno Navarro, todos os investigadores – e não só – que se interessam pela Arte do Côa “sabem que têm à distância de ‘click’ um vasto conjunto de elementos de consulta”.
“Desta forma, temos o projeto cultural do Vale do Côa, mais aberto à sociedade e ao mundo”, vincou Bruno Navarro.
A plataforma estará em “permanente atualização pelos técnicos e investigadores da fundação”.
Para aceder à nova base de estudo, basta digitar http://matriz.arte-coa.pt/.
“Temos um técnico em permanência a inserir dados nesta plataforma, tudo porque têm surgido muitas descobertas num espaço recente no Vale do Côa”, indica o responsável.
A Fundação Côa Parque é a entidade responsável pela gestão do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa.
O PAVC foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade pela UNESCO.
Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25 mil a 30 mil anos.
Desde a revelação das gravuras rupestres do Vale do Côa, em 1995, continuam a acrescentar-se novas descobertas e são mais de 70 os sítios arqueológicos já identificados, tornando-se assim numa das maiores áreas a céu aberto da arte representativa do Paleolítico Superior.
O PAVC ocupa uma área de cerca de 20 mil hectares de terreno, sendo alguns dos sítios de “difícil acesso” para investigadores e visitantes, e onde “a prospeção arqueológica vai continuar”.
Do território do Vale do Côa fazem parte seis concelhos: Vila Nova de Foz Côa, Mêda, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda.