Museu do Côa renova e atualiza conteúdos museológicos dotando-o de novas tecnologias

A Fundação Côa Parque (FCP) renovou e atualizou os conteúdos museológicos do Museu do Côa (MC), após uma década da sua abertura, dotando-o de novas tecnologias, como realidade aumentada, permitindo uma melhor fruição dos visitantes. “Este tipo de exposições museológicas tem uma duração de 10 anos. E, na última década, houve novidades científicas, que impunham […]

A Fundação Côa Parque (FCP) renovou e atualizou os conteúdos museológicos do Museu do Côa (MC), após uma década da sua abertura, dotando-o de novas tecnologias, como realidade aumentada, permitindo uma melhor fruição dos visitantes.

“Este tipo de exposições museológicas tem uma duração de 10 anos. E, na última década, houve novidades científicas, que impunham uma revisão dos conteúdos existentes no programa museológico e da tecnologia existente, a qual vai ficando obsoleta, com o passar dos anos, sendo imperioso a sua substituição”, disse à Lusa o presidente da FCP, Bruno Navarro.

Estas alterações de “fundos”, nos conteúdos do MC, serão dadas a conhecer no sábado, nas cerimónias que assinalam o 21.º aniversário da inscrição da Arte Rupestre do Vale do Côa na Lista do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO).

Segundo o responsável, a revisão destes conteúdos só foi possível com o recurso às candidaturas, para a obtenção de fundos comunitários.

“A partir de sábado, quem visitar a MC terá disponíveis (…) conteúdos muito mais interativos, em relação ao que existia até ao momento. Estas novidades convidam à experimentação, por via tecnológica, o que vai enriquecer a visita à unidade museológica”, concretizou o responsável pela FCP.

A Fundação atualizou a informação existente em toda a exposição do museu, começando por uma introdução interdisciplinar, em uma das salas, onde se pretende dar respostas à temática da escolha do homem da pré-histórica para se fixar no Vale do Côa e aí deixar as sua representações artísticas.

“Pretendemos desafiar os nossos visitantes, a fazer esta descoberta e a arranjar respostas, com recursos a tecnologia interativa e de realidade virtual, destinadas ao visitante com mobilidade reduzida ou que tenham falta de tempo para fazer uma visita ao território do Parque Arqueológico”, concretizou Bruno Navarro.

A promoção do conhecimento do que foi a vida quotidiana do homem da pré-história é outras das propostas feitas neste novo pacote de visita ao museu.

“Nós mantivemos sempre o foco na arte produzida no paleolítico superior, e por vezes perdeu-se um pouco a ligação da vida quotidiana dessas pessoas. Agora, os nossos visitantes passarão a ter um novo enfoque nessa informação, onde com recurso a realidade virtual poderão observar o desempenho do homem pré-histórico”, vincou o responsável.

Segundo investigadores em trabalho no terreno, mais do que um museu de arqueologia, o MC é, em primeiro lugar, um museu de arte, com obras quer dos caçadores-artistas do “Gravetense”, quer dos últimos moleiros rupestres da Canada do Inferno.

“O Museu do Côa explana todo um catálogo de sensibilidades que se contêm na rudeza dos painéis de xisto que há milhões de anos moldam a geomorfologia regional”, indicaram os arqueólogos que trabalham no Vale do Côa.

Os sítios de arte rupestre do Vale do Côa situam-se ao longo das margens do rio Côa, sobretudo no município de Vila Nova de Foz Côa, estendendo-se por uma área de 20 mil hectares que abrange os municípios vizinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel, no distrito da Guarda.

A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em toda a Europa.

O edifício do Museu do Côa foi concebido por Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, uma dupla de arquitetos do Porto.


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