Governo garante que mil casas destruídas estão já em reconstrução

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse hoje que cerca de mil casas destruídas pelos incêndios de junho e de outubro de 2017 estão em processo de reconstrução ou com obras já concluídas.

“A reconstrução de habitações tem um valor de quase 90 milhões de euros em todo o território. Neste momento, estão praticamente mil, das cerca de 1.400 casas de primeira habitação que foram afetadas o ano passado. Cerca de quase mil dessas casas estão já em processo de obra, em obra ou concluídas”, disse o governante.

Pedro Marques falava aos jornalistas, em Seia, no distrito da Guarda, no final de uma visita às obras em curso em duas habitações afetadas pelos incêndios de outubro de 2017, na localidade de Travancinha.

Segundo o ministro, para as pessoas afetadas cada dia que passa “é um dia a mais”, mas, no caso dos incêndios de outubro, a reconstrução está a ser feita com dinheiro do Orçamento do Estado e, entre outros aspetos, foi preciso também verificar a titularidade das casas, o que está a atrasar o processo.

Pedro Marques disse que as entidades envolvidas, incluindo as autarquias e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, fizeram “um esforço muito grande” para que neste momento estejam “praticamente mil casas em reconstrução”.

Referiu ainda que “não se reconstroem essas casas de um dia para o outro”.

“Mil casas em reconstrução ao fim destes meses, eu diria que é um esforço muito grande”, concluiu.

O ministro lembrou ainda que em relação aos incêndios da região de Pedrógão Grande, “97 ou 98% das casas estão ou em obra ou concluídas”.

No concelho de Seia “estão em causa 62 habitações, estando 17 na parte concursal, 11 em reavaliação, cinco terminadas e 29 na situação de trabalhos”, segundo o presidente da autarquia, Carlos Filipe Camelo.

Durante a visita às duas habitações em reconstrução, foi referido que a intervenção total que está prevista para os concelhos de Seia, Gouveia e Nelas é de cerca de 4,4 milhões de euros.

Vera Figueiredo, uma mulher viúva de 71 anos, que viu a sua habitação ser destruída pelas chamas, mostrou-se hoje contente pelo início das obras, no valor de 116.441 euros.

“Que [a casa] fique como estava para acolher os meus filhos. Eu sempre gostei da harmonia e fui feliz com pouco”, disse à comitiva que hoje a visitou.

O ministro Pedro Marques disse-lhe que “daqui a dois ou três meses a casa está feitinha” e no forno que escapou ao incêndio e que também vai ser reconstruído “ainda há de fazer lá muito pão”.

O seu filho, Sérgio Figueiredo, não escondeu a revolta pela situação vivida em outubro de 2017 e confidenciou que ainda hoje não consegue dormir.

“Não durmo, não consigo dormir. Tenho andado muito doente e muito triste. Ando nervoso e tenso”, relatou.

A segunda casa que está em obras na freguesia de Travancinha fica numa quinta e pertence ao inglês Alan Smith, que vive sozinho.

A recuperação da habitação custa 40.442 euros e ficará pronta dentro de um mês e meio.


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