Uma associação sem fins lucrativos de Madrid entregou hoje na Câmara Municipal de Gouveia, no distrito da Guarda, donativos para animais domésticos e selvagens afetados pelos incêndios dos dias 15 e 16.
Segundo a autarquia de Gouveia, a Asociación Salvando Ángeles Sin Alas, entregou um total de cerca de 13 toneladas de palha, medicamentos para animais, rações e cobertores, entre outros bens.
“Graças a estes donativos, é possível ir dando resposta às muitas necessidades existentes no concelho de Gouveia, nomeadamente em termos de alimentação para os animais”, lê-se numa nota publicada na página oficial da autarquia de Gouveia no ‘Facebook’.
Segundo a fonte, o Município de Gouveia estende o agradecimento “a todas as instituições, associações, empresas e pessoas que individualmente têm contribuído com os seus donativos para ajudar a reerguer Gouveia”.
Numa outra nota, a autarquia de Gouveia, presidida por Luís Tadeu, refere que a Câmara Municipal “assumirá a gestão sustentável de alguns dos resíduos consequentes” dos incêndios.
Todos os interessados que sejam proprietários de resíduos provenientes de viaturas automóveis (veículos em fim de vida) e máquinas ou outros equipamentos queimados, que pretendam o apoio da autarquia no encaminhamento dos mesmos para um operador de gestão de resíduos, devem entrar em contacto com o município.
“Não obstante, refere-se que, no caso de veículos queimados, devem os proprietários proceder ao seu prévio abate, junto do IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes]”, é referido.
A autarquia adianta que também assume a gestão dos resíduos metálicos e chapas de cobertura resultantes da queima de habitações, armazéns/pavilhões, vacarias, bem como os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (eletrodomésticos) existentes no interior das habitações atingidas pelas chamas.
A receção dos materiais será feita no estaleiro Municipal, na cidade de Gouveia, das 08:00 às 13:30, devendo para os devidos efeitos serem contactados previamente os respetivos serviços, lê-se na nota.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.