O nome de Eduardo Mendes de Brito, de 62 anos, foi escolhido por “unanimidade e aclamação” pela Comissão Política Concelhia do PS da Guarda.
O líder concelhio do PS, João Pedro Borges, disse à agência Lusa que o partido escolheu Eduardo Brito para tentar reconquistar a liderança perdida para Álvaro Amaro, que então se candidatou pela coligação PSD/CDS-PP.
“O PS entende que o Eduardo Brito é a pessoa que corporiza a melhor solução para ser uma alternativa àquilo que existe neste momento na Câmara Municipal da Guarda e para ser uma candidatura vencedora”, disse o dirigente socialista.
Eduardo Brito critica a gestão de Álvaro Amaro, ao admitir que “tem sido um erro grave pensar que a projeção e a liderança de uma cidade com as ambições da Guarda se concretizam apenas pela realização de festas/eventos” que “têm o seu lado positivo, mas quando são em excesso servem apenas para esconder os verdadeiros problemas”.
A ideia da sua candidatura para a Guarda passa pela sua transformação numa Cidade Inteligente, “capaz de dar respostas cabais aos principais problemas que hoje se colocam” ao concelho.
“De entre esses problemas, destaca-se a perda de população a um ritmo alucinante devido à ausência de verdadeiras políticas de incentivo e atração de investimento. Com efeito, apesar da sua excelente localização, principal porta de entrada da Europa por via terrestre, servida por dois bons eixos rodoviários e, em breve, também por dois eixos ferroviários, a verdade é que as estatísticas oficiais dizem que a Guarda continua a perder importância económica e social quando comparada com as cidades vizinhas da sua dimensão”, afirma.
O socialista considera que, “sem novas empresas, sem investimento em tecnologia e conhecimento, sem apoio forte ao empreendedorismo que atraia e fixe novos investidores, sem serviços públicos com dimensão em qualidade e em quantidade, por mais que se embeleze a cidade”, os jovens continuarão a partir e o futuro da Guarda “estará seriamente comprometido”.
“Para inverter esta tendência negativa e, simultaneamente, melhorar a qualidade de vida dos guardenses, apostamos na implementação de um conjunto diversificado de medidas, algumas das quais inovadoras para a região, mas todas elas de eficácia já comprovada em vários locais do país e da Europa”, disse.
O candidato à liderança da autarquia da Guarda foi presidente do município de Seia durante quatro mandatos consecutivos (entre 1994 e 2009) e anteriormente, entre 1980 e 1994, desempenhou as funções de vereador.
Em 2016, foi candidato à presidência da Federação Distrital da Guarda do PS, mas acabou por desistir da candidatura e impugnar o ato eleitoral, que teve António Saraiva como candidato único.
Posteriormente, no XX Congresso Distrital do PS da Guarda, Eduardo Brito e António Saraiva (o novo presidente da Federação Distrital) reuniram consenso e o antigo autarca de Seia foi eleito presidente da Comissão Política Distrital.
Em 1977, Eduardo Brito frequentou o curso de Direito da Universidade de Coimbra e em 2011 tirou uma Pós-Graduação em Economia Social-Cooperativismo, Mutualismo e Solidariedade Social da Faculdade de Economia da mesma Universidade.
É natural de São Romão, Seia, onde também reside. É empresário no setor do turismo e está ligado ao mundo associativo, sendo presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de São Romão e do Centro Social Quinta Monterroso.
A coligação PSD/CDS-PP, liderada pelo social-democrata Álvaro Amaro, ganhou as eleições de 2013 com maioria absoluta, com 51,43% dos votos e cinco mandatos autárquicos. O PS ocupou os outros dois lugares do executivo.