Horta do Centro Hospitalar da Cova da Beira ajuda doentes mentais há oito anos

Na horta terapêutica do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), Covilhã, há cerca de oito anos que o cultivo de legumes, verduras e fruta é conciliado com a ajuda e o tratamento de doentes mentais daquela unidade hospitalar.

A horta integra o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental e tem-se afirmado como um espaço de tratamento, estímulo à interação, reinserção social e socialização do doente mental, refere o CHCB, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

“Motivo de orgulho e destaque na vida dos profissionais de saúde e dos doentes que frequentam esta área médica, a horta terapêutica cumpre todos os desígnios para os quais foi concebida: trata, reabilita e desempenha ainda uma ação preventiva”, especifica a informação.

Ali, o cultivo de árvores de fruta, legumes e verduras – como a abóbora, a alface, a beringela, a beterraba, a cebola ou o pimento e o rabanete e outros – fomenta um ambiente terapêutico de proximidade, mantém os doentes ocupados e ensina a superar dificuldades do dia-a-dia.

Fatores que, segundo o CHCB, ajudam “a elevar a autoestima, a aliviar a depressão, a melhorar as funções motoras, a concentração, a criatividade, a resistência e a destreza manual”.

Citado no comunicado, o enfermeiro chefe daquele serviço, José Ribeiro, considera que esta tem sido “uma aposta ganha”, garantindo que o objetivo é desenvolvê-la “ainda mais”.

“Durante as atividades na horta terapêutica, os doentes dialogam espontaneamente com os profissionais de saúde, sobre os problemas e angústias que os afetam. Esta dinâmica gera laços de confiança e segurança entre ambos, que se reflete ao nível da terapêutica, da reabilitação, do desenvolvimento de competências e da qualidade de vida dos doentes”, explica José Ribeiro.

Segundo refere, “mesmo os doentes com maior dificuldade de socialização demonstram interesse em participar nestas atividades e interagem com os profissionais que os apoiam, ensinam e motivam para as tarefas a realizar”.

Além disso, este projeto contribui ainda para ajudar doentes com dificuldades económicas, uma vez que os produtos colhidos são doados aos utentes carenciados da visita domiciliária e a doentes com dificuldades económicas, abrangidos pela área de apoio do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental.


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