“Vamos deixar que este verão seja igual aos outros?” é a questão que marca o lançamento da campanha neste verão, época que, segundo a APSI, é a pior do ano em termos de afogamentos com crianças.
A Presidente da APSI, Sandra Nascimento, refere que apesar de o número de mortes e internamentos com crianças e jovens ter diminuído face a 2003, “continua a ser inaceitável os casos de afogamentos a que assistimos todos os anos: acontecem sempre da mesma forma e são facilmente evitáveis”.
Ao longo dos últimos quatro anos 35 crianças morreram e 129 foram internadas, sendo que os meses mais críticos são julho e agosto.
De acordo com o relatório de Afogamentos em Crianças e Jovens em Portugal, a média de mortes/ano entre 2011 e 2014 é de 9 crianças, um número abaixo da média de mortes/ano entre 2005 e 2010: 16,5.
Ainda assim, nos últimos 13 anos ocorreram 215 afogamentos com desfecho fatal em crianças e jovens e 512 internamentos na sequência de um afogamento, “o que significa que por cada criança que morre 2 a 3 são internadas (total dos 13 anos)”.
Em termos de idades, a maior parte das crianças e jovens que foram internados na sequência de um afogamento tinham entre 0 e 4 anos.
A APSI tem conseguido identificar os padrões de ocorrência deste tipo de acidente através de uma recolha e análise de casos de afogamento em crianças e jovens até aos 18 anos, publicados na imprensa ainda que não envolva o número total de afogamentos que ocorrem.
No que diz respeito ao sexo das crianças e jovens, dos 161 casos de afogamentos de crianças e jovens até aos 18 anos, publicados na imprensa nacional entre 2005 e 2015, a APSI constou que 68,3% dos afogamentos ocorreram com rapazes, 27,3% ocorreram com raparigas e em 7 casos não se sabe o sexo da criança.
“Quanto à idade, 33,5% das crianças tinham entre os 0 e os 4 anos, 22,4% entre os 5 e os 9 anos, 23,6% entre os 10 e os 14 anos e 13,0% entre os 15 e os 18 anos. Em 12 dos casos desconhece-se a idade das crianças”, esclarece a associação.
Em relação ao ambiente aquático onde ocorreu o afogamento, 46,0% dos afogamentos ocorreram em planos de água construídos (tanques, poços, piscinas) e 47,8% em planos de água naturais (praias, rios/ribeiras/lagoas).
“Quando se desagrega os diferentes locais incluídos em cada ambiente aquático”, as piscinas e os rios/ribeiras/lagoas são os planos de água com maior registo de afogamentos seguidos das praias, dos tanques e poços.
Todos os meses há registo de afogamentos mas os meses de julho (24,8%), agosto (20,5%) e junho (11,8%) são os meses onde se verificam mais casos.
“Ano após ano, os afogamentos repetem-se continuando a ser a 2ª causa de morte acidental nas crianças e jovens”, lê-se no cartaz da campanha “A Morte por Afogamento é Rápida e Silenciosa” deste verão.