Câmara de Gouveia lamenta cancelamento de construção da barragem de Girabolhos

O presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Luís Tadeu, lamentou hoje que o Governo tenha cancelado a construção da barragem de Girabolhos, por frustrar as expectativas em relação a um investimento “estruturante” para a região.

O Governo anunciou hoje o cancelamento da construção das barragens do Alvito, no Rio Tejo, que abrange os concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, e de Girabolhos, no rio Mondego, enquanto a construção da barragem do Fridão, no rio Tâmega, no concelho de Amarante, foi suspensa por três anos.

“Não posso deixar de lamentar que o Governo tenha articulado esta decisão com a empresa, sem ouvir e sem auscultar atempadamente a opinião dos municípios”, disse hoje à agência Lusa o autarca de Gouveia (PSD) relativamente à construção da barragem de Girabolhos.

A barragem de Girabolhos, no rio Mondego, abrangeria os municípios de Gouveia e Seia (distrito da Guarda), Nelas e Mangualde (Viseu).

“Nós não fomos ouvidos nem achados previamente pelo Governo para esta decisão. Eu não posso deixar de lamentar esta postura do Governo de quase desprezo dos municípios em relação a uma matéria tão importante e tão relevante quanto esta”, disse.

Luís Tadeu refere que “não foram os municípios que procuraram este investimento, foi este investimento que foi ter com os municípios e com o território abrangido”.

Nessa medida, acrescenta, o investimento proposto “contou sempre, desde a primeira hora, com o apoio e colaboração dos municípios junto das suas populações, que agora veem frustradas as suas expectativas em relação a um investimento que era estruturante em temos de aproveitamento hidroelétrico, bem como rodoviário, e potenciador de outros aproveitamentos como o turismo”.

A suspensão da construção da barragem de Girabolhos levará agora o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, no distrito da Guarda, a “tentar encontrar junto da Endesa [empresa responsável pelo investimento] um conjunto possível de contrapartidas que possam, de alguma forma, compensar as populações pela não concretização” do investimento.

O Plano Nacional de Barragens, criado em 2007, contemplava, inicialmente, a construção de dez novas barragens, mas, atualmente, o documento prevê a construção de seis novos destes equipamentos.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, reuniu esta manhã com os promotores e os municípios afetados pelas barragens do Tâmega, Alvito, Fridão e Girabolhos, para apresentação dos resultados da reavaliação do Programa Nacional de Barragens.


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