Cerca de 71% das famílias portuguesas já fazem a separação doméstica de embalagens usadas e resíduos, sobretudo na sua forma total (59%), ou seja, integrando nessa separação todas as tipologias de materiais possíveis de serem separados: vidro, metal e plásticos.
De acordo com o estudo Missão Reciclar, publicado na semana passada pelo Diário Económico, a fatia de lares que não separa os resíduos representa 29% – os restantes 12% fazem-no de forma parcial.
O documento avança que é em Lisboa que mais se separam os resíduos – 67% na sua forma total e 12% na parcial. Segue-se Leiria (64% e 11%), Vila Real (63% e 10%) e Coimbra (61% e 10%), Setúbal (60% e 11%) e Faro (62% e 9%).
Em apenas dois dos distritos – Évora e Viana do Castelo – há equilíbrio entre as famílias que fazem a separação total e as que procedem apenas de forma parcial. Em todos os restantes, explica Luís Veiga Martins, director-geral da SPV, existe “um predomínio evidente das famílias separadoras”.
Evolução face a 2011
Olhando retrospetivamente face a 2011 verifica-se que existiu uma evolução de dois pontos percentuais, para os atuais 71%, em relação ao total de famílias que interiorizaram os hábitos de separação. A maior evolução prende-se com as famílias que fazem hoje uma separação total, que representam mais 12% que em 2011. Os recicladores parciais também aumentaram 10% em quatro anos.
Para quem ainda não separa os resíduos, os “desculpas” são várias. Porém, a mais utilizada é a falta de recipientes próprios em casa (78%), o facto de “dar muito trabalho” fazê-lo (45%), ter o ecoponto longe de casa (37%), não saber como fazê-lo em casa (22%), não ver nenhuma necessidade de o fazer (10%) ou outros argumentos (26%).
Recorde-se que a SPV já investiu €50 milhões em campanhas de sensibilização para promover a reciclagem. “Foi este investimento continuado que permitiu à SPV cumprir as metas previstas na sua licença e Portugal cumprir as metas europeias”, explicou Luís Veiga Martins.
SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS
Separador total / separador parcial / não separador
Lisboa – 67% / 12% / 21%
Leiria – 64% / 11% / 25%
Vila Real – 63% 10% / 27%
Coimbra – 61% / 10% / 29%
Setúbal – 60% / 11% / 29%
Faro – 62% / 9% / 29%
Braga – 56% / 13% / 31%
Aveiro – 61% / 8 % / 31%
Évora – 37% / 32% / 31%
Viana do Castelo – 34% / 34% / 32%
Castelo Branco – 50% / 18% / 32%
Guarda – 56% / 7% / 33%
Santarém – 56% / 10% / 34%
Viseu – 58% / 7% / 35%
Bragança – 48% / 15% / 32%
Porto – 52% / 11% / 37%
Beja – n.d.
Portalegre – n.d.
TOTAIS – 59% / 12% / 29%