Os vinhos, um tinto, um branco e um reserva, vão ser comercializados sob a marca Casa de São Matias, nome de uma propriedade do século XVIII situada em Seia, no distrito da Guarda, explicou à agência Lusa António Montenegro, que abraçou o projeto depois de dez anos ligado à empresa Sogevinus, detentora da Calém, Kopke e outras marcas.
Montenegro tem sete irmãos: “Três estão diretamente ligados ao projeto”, salientou. Com experiência profissional desde sempre ligada ao vinho, nomeadamente na área comercial, diz ser ele o “rosto mais visível” deste novo projeto nascido no Dão.
“Estivemos ano e meio, afincadamente, a levantar este projeto”, procurando restaurar assim a vertente agrícola associada à Casa de São Matias, salientou. O vinho e o azeite eram os produtos cultivados ali.
Montenegro convidou o enólogo Francisco Gonçalves para o acompanhar. Trabalharam juntos “quase dez anos nos Douro”, realçou.
A relação profissional entre a família Montenegro e o enólogo deu agora origem a três vinhos feitos com “uvas com idades entre os 20 e os 40 anos e oriundas de vinhas situadas entre os 450 metros e os 550 metros de altitude”, junto à Serra da Estrela. Todas as castas são do Dão.
A família recorreu à vizinha Adega Cooperativa de Vila Nova de Tazem para fazer a vinificação, porque não tem instalações próprias, e comprou uvas a produtores locais, porque a quinta ainda não as produz em quantidade suficiente.
António Montenegro disse que foram lançadas 40 mil garrafas de vinho Casa de São Matias Tinto 2012, 12 mil de branco 2014 e “2.934 garrafas de Reserva tinto”. Apesar da sua juventude, os vinhos “já estão em quatro mercados: Portugal, Brasil, Angola e Suíça”.
Daqui para a frente, o objetivo é “manter a consistência” no que diz respeito à qualidade e “ir aumentando em termos de volume”. Nos próximos três anos, o objetivo passa por “crescer 15 por cento”, anualmente.
“Queremos muito lançar já para o ano um reserva branco e estamos já a trabalhar para daqui a dois ou três anos lançar um garrafeira, um vinho de gama superior”, adiantou António Montenegro.
O rosto do novo projeto é da opinião de que “o Dão tem um problema de imagem”.
“Falta-lhe comunicação nova e geração nova, que veja o negócio de uma forma diferente, que olhe para o produto, que tem de ter qualidade, mas que também preste atenção à maneira de comunicar”, argumentou.
“Começa-se a ver uma nova geração e novos projetos, que, em conjunto, estão a contribuir para que a região do Dão volte a ser aquilo que era. Há um enorme potencial”, concluiu António Montenegro.