“Aberta a pré-época de eleições legislativas e quando passam seis anos do encerramento da linha da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã, recebemos com agrado o anúncio de abertura de concurso para a empreitada de construção da nova ponte ferroviária”, disse à agência Lusa Júlio Seabra, porta-voz do movimento cívico criado na cidade da Guarda.
A Refer – Rede Ferroviária Nacional anunciou na segunda-feira que naquele dia lançou o concurso público para a construção da nova ponte de Corge, ao quilómetro 168,612 da linha da Beira Baixa.
“Com o lançamento deste concurso reinicia-se o processo de modernização do troço Covilhã – Guarda, que se encontra encerrado à exploração ferroviária desde 2009, e vem reforçar a aposta da Refer na otimização do desempenho e fiabilidade da sua infraestrutura”, refere a empresa em nota enviada à agência Lusa.
Segundo o documento, a construção da nova ponte assume “um papel relevante” no projeto de modernização do troço ferroviário que liga aquelas duas cidades.
O movimento cívico da Guarda que defende a reabertura da linha considera o lançamento do concurso como sendo um “importante passo” e “uma boa notícia”, mas lembra que “as populações e a economia não usufruirão desta infraestrutura durante uma década”.
Segundo o porta-voz, a circulação de comboios naquele troço “ainda demorará mais alguns anos para ver a luz ao fundo do túnel”.
“E no interior, esvaído de muitos outros serviços nos últimos anos, uma década é bastante penosa para o seu desenvolvimento e para a fixação e atração de população”, acrescenta Júlio Seabra.
O responsável considera ainda que a futura exploração dos 44 quilómetros de ferrovia entre a Guarda e a Covilhã “servirá de catapulta não só para a economia regional mas também para a economia nacional, uma vez que a linha da Beira Baixa é complementar às linhas do Norte e da Beira Alta, podendo ser mais um trunfo para as exportações, trazendo, assim, mais competitividade e mais emprego”.
A nova ponte, que irá localizar-se no mesmo local da existente, visa a substituição da ponte metálica construída em 1891 e cuja estrutura “se encontra em avançado estado de degradação e sem viabilidade de recuperação, implicando consequentemente a sua demolição e desmantelamento”, indica a Refer.
A nova estrutura, de betão armado pré-esforçado, que terá um comprimento total de 224 metros e pilares com uma altura até 33 metros, permitirá futuramente o aumento da capacidade de carga transportada, o aumento da velocidade, a diminuição dos custos de manutenção e o incremento da segurança.
O preço base do concurso é de 2,5 milhões de euros e o prazo de execução da empreitada é de 360 dias a partir da data de consignação, estimando a Refer que a obra tenha início no final de 2015.