O presidente da autarquia, António Luís Beites (PS), explicou que está prevista a abertura de dois parques (um na zona do Sabugal e outro na de Penamacor), que já deveriam estar a funcionar “há cerca de um ano”, mas que tal acontece porque falta o carimbo da tutela, que lidera o processo português integrado no fundo europeu do ambiente “LIFE +”.
“Há uma enorme vontade por parte de todas as entidades envolvidas para a concretização deste projeto, mas continuamos a ter atrasos muito consideráveis e que se prendem apenas questões burocráticas do Estado português”.
O autarca referiu que apesar de o parque da zona do Sabugal já estar totalmente concluído e pronto a entrar em funcionamento, não existe a autorização necessária nem a indicação sobre quando é que o mesmo poderá ser reativado, situação que o autarca considera “inconcebível”.
“Este é claramente um mau exemplo do funcionamento do nosso sistema em termos da administração central porque, apesar de ser líder do processo, consegue bloquear o avanço destes assuntos”, apontou o presidente deste município do distrito de Castelo Branco.
Segundo António Luís Beites, os “adiamentos constantes” já obrigaram à reprogramação junto da União Europeia do projeto e levam a que o país não possa usufruir na devida forma do investimento já realizado, nomeadamente no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico.
“Quem está a usufruir disso são os nossos vizinhos espanhóis que vêm buscar os linces ali criados para largar em habitat natural em Espanha”, referiu, lembrando que tal acontece porque não criadas as condições para que esta espécie possa subsistir em Portugal, designadamente no concerne à alimentação, que é feita com base em coelho bravo.
O lince ibérico é um símbolo da conservação dos ecossistemas mediterrânicos e uma espécie única, endémica de Portugal e de Espanha, classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como o felino mais ameaçado do mundo.