Plano de Ação Nacional para orientar e definir conservação do lobo ibérico

Vinte entidades de diferentes setores defendem a elaboração de um Plano de Ação Nacional para o lobo ibérico, que “oriente e defina a conservação da espécie em Portugal”, foi hoje anunciado.

A medida saiu de um encontro realizado em Gouveia, no distrito da Guarda, onde foram abordadas as preocupações e expetativas dos participantes relativamente a um Plano de Ação Nacional para aquela espécie, “numa perspetiva de envolvimento de toda a sociedade e com vista à convivência sustentável com o lobo”, segundo a Liga para a Proteção da Natureza (LPN).

“A complexidade e diversidade de interesses que envolve a temática do lobo ibérico resulta na necessidade de procurar consensos para a concretização de um Plano de Ação, que oriente e defina a conservação da espécie em Portugal”, refere a LPN em comunicado hoje enviado à agência Lusa.

Segundo aquela entidade, na reunião, realizada na segunda-feira, em Gouveia, estiveram representadas vinte entidades ligadas às atividades da agropecuária, cinegética, científica, conservacionista e de gestão do território.

Participaram ainda representantes do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, guardas e vigilantes da Natureza e do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), entre outros.

Na reunião, foi feita a identificação dos principais temas a incluir no futuro Plano de Ação Nacional, “com vista à conservação e coexistência com o lobo ibérico”, como predação no gado, fomento de presas silvestres, mortalidade da espécie, compatibilização das atividades humanas com a conservação do lobo ibérico e gestão e ordenamento do território.

A monitorização e investigação, a sensibilização, envolvimento e comunicação, os financiamentos e apoios públicos e a cooperação e articulação com Espanha são outros dos aspetos a ter em conta na elaboração e implementação do documento.

Eduardo Santos, técnico da LPN, disse hoje à Lusa que a implementação do futuro plano será sempre da responsabilidade do ICNF, mas as várias entidades abrangidas pretendem ter “uma palavra a dizer” na elaboração e na sua execução prática.

A elaboração de um plano de índole nacional, segundo o responsável, justifica-se pela necessidade de serem aplicadas várias ações em conjunto, em vez de soluções “de forma isolada”.

O técnico referiu que as entidades que estiveram reunidas em Gouveia desejam que o processo de elaboração do plano comece “o mais rapidamente possível”.


Conteúdo Recomendado