A iniciativa conjunta da santa casa e câmara municipal tinha como objetivo conseguir tantos presépios quantos os anos do nascimento de Cristo, mas a adesão superou todas as expectativas.
São mais de nove mil peças que ocupam toda a igreja com presépios de artistas conhecidos como Delfim Manuel, Isabel Machado ou Fernando Jorge, mas também de artistas locais como Fátima Pereira Nina ou Ana Rainha, presépios da colecção do museu da Presidência da República, de coleções particulares, de diferentes tamanhos e dos mais diversos materiais “começando por alguns menos vulgares como o miolo de figueira, a cabaça, a carica, outros mais nobres como a prata e o marfim, o maior número são os de terracota, temos presépios de madeira, de ferro, de tudo um pouco”. Carlos Madaleno, diretor do museu de arte sacra da Covilhã destaca o presépio que acompanha uma das paredes da igreja, de 365 figuras, uma por cada dia do ano “são 12 quadros pequeninos mas que acabam por ter nove metros de comprimento, temos presépio do tamanho de uma carica até ao maior presépio de 1,70m”.
A peça mais valiosa é da casa. Trata-se de um presépio, pertença do museu, do Séc. XVIII, que ainda está a ser estudado “não é um presépio completo mas tem alguns elementos do presépio, um presépio barroco, em terracota, de muito boa qualidade, ainda estamos a apurar aonde pertencia”.
A inauguração da exposição contou com a presença do Bispo da diocese da Guarda. D. Manuel Rocha Felício explicou o simbolismo do presépio e a mensagem que ele encerra para os cristãos “o presépio é o salvador do mundo, nascido em Belém, no meio de uma família, fora de portas, porque não havia lugar para ele na cidade, e ele partilhou logo ali com todos os que também estavam de fora, que eram os marginais do tempo, a mensagem do presépio é a seguinte: para se construir é por caminhos de simplicidade, humildade a partilhar sobretudo com os mais precisam”.
Para o provedor da santa casa da misericórdia, Neto Freire, a exposição tem um objetivo fundamental “dar a conhecer o espólio da misericórdia com outro que angariamos para lhe dar a grandeza que pretendíamos, mas acima de tudo chamar a população para entrar na misericórdia, para estar com a misericórdia, neste local para também dinamizar esta zona central da cidade”.
A exposição, integrada na iniciativa “É Natal”, promovida pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã em parceria com o município, está aberta todos os dias até ao próximo dia 1 de janeiro, gratuitamente, entre as 10 e as 18 horas.