A escolarização dos jovens tem vindo a aumentar nos últimos anos, mas a entrada no mercado de trabalho é cada vez mais difícil. E quando se olha para o mercado de trabalho conclui-se que tem aumentado a diferença que separa o rendimento médio mensal dos jovens da média salarial dos outros trabalhadores. Em 2013, os jovens ganhavam menos 25%, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados por ocasião do Dia Internacional da Juventude, que se comemora esta terça-feira.
A ter em conta está a menor experiência e antiguidade dos jovens, justificada por uma entrada mais recente no mercado de trabalho. Mas, apesar desse facto, a diferença que separa os salários dos jovens com idades entre os 15 e os 29 anos da média salarial do país tem vindo a agravar-se desde 2002, coincidindo com o período em que a percentagem de jovens com curso superior passou de 8% em 2001 para 15% em 2011.
Em 2002, como aponta o INE, “o rendimento salarial médio mensal líquido dos jovens trabalhadores por conta de outrem (549 euros) era inferior em 13,5% ao da generalidade dos trabalhadores por conta de outrem (635 euros)”. Agora, os dados mais recentes do Inquérito ao Emprego relativos a 2013 evidenciam que essa diferença já passou a 25% (entre os €808 de média do país e os €606 dos jovens), ou seja, menos €202.
Tendo em conta o aumento da escolarização dos jovens, o INE defende que “o agravamento da diferença salarial referido constitui uma penalização adicional que poderá corresponder a um incentivo à emigração da população deste grupo etário”.
Só em 2012, 53 mil jovens deixaram o país (26 mil de forma permanente e 27 mil de forma temporária). Olhando apenas para os que saíram de forma permanente, ou seja, com intenção de ficar fora do país por um período superior a um ano, conclui-se que constituem metade do total de emigrantes permanentes de 2012.
Ficar a viver com os pais
Entre os que ficam em Portugal, quatro em dez jovens com idades entre os 25 e os 29 anos vivem com pelo menos um dos pais, uma proporção que aumentou nas últimas duas décadas em todos os grupos etários (era de 27% em 1991).