“Se ele [PS] se desagregasse seria uma calamidade. Espero que isso não aconteça”, disse Eduardo Lourenço à agência Lusa, na Guarda, quando questionado sobre a atual disputa entre António José Seguro e António Costa.
O ensaísta, que nas últimas eleições europeias fez parte da lista do PS, falava à margem da cerimónia de entrega do prémio com o seu nome, ontem entregue pelo Centro de Estudos Ibéricos ao escritor espanhol Antonio Sáez Delgado.
“Eu espero que se encontre uma saída à altura do passado desse partido, embora seja um passado relativamente recente, porque seria muito ‘desequilibrante’ para o país se o PS perdesse essa função que tem tido até agora de ser, digamos, garantia da nossa reconquista da liberdade”, disse.
“É hoje o fio desse equilíbrio difícil das diversas forças políticas do país”, concluiu.
Quando questionado sobre o aproveitamento que Portugal deve fazer dos próximos fundos comunitários, Eduardo Lourenço respondeu que o país “não só os deve aproveitar mas fazer melhor uso do que fez” no passado, para o país sair da “poça em que está”.
“O país precisa de descansar. Precisa sobretudo de adquirir uma serenidade que foi perdendo pouco a pouco”, advertiu o ensaísta, que é natural de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, Guarda.