Ainda a demografia - Ponto de não retorno?!

Estamos num ponto muito difícil, em que nem sequer vamos ter trabalhadores para substituir os que entretanto se vão reformar…

Verdade que este tema me preocupa deveras e há já muitos anos, e por isso o vou sempre acompanhando.

Mas os dados infra, que resultam de uma projeção do INE (uma projeção com um cenário intermédio, nem muito optimista nem pessimista), levam-nos a pensar a sério que esta tendência vai mudar tudo em apenas duas gerações…

Já nos próximos 10 anos seremos menos 600 mil portugueses e duvido que o saldo migratório possa compensar o défice demográfico natural. Assim, seremos, pois, 9,6 milhões ao fim do período referido.

Não me parece razoável imaginar que, com menos 6% do universo (de produtores, trabalhadores, consumidores e aposentados), possamos gerar mais produto interno e riqueza do que os valores atuais, quanto mais aumentar a riqueza nacional. Continuaremos, pois a ser ultrapassados por outros países, menos endividados e com pirâmide etária mais “jovial” e “enérgica”.

Estamos num ponto muito difícil, em que nem sequer vamos ter trabalhadores para substituir os que entretanto se vão reformar…

Acresce, para as dificuldades de fazer aumentar o produto, que as pessoas que estão a deixar o país têm qualificações mais elevadas do que os que procuram o nosso país, o que terá reflexos ao nível da riqueza criada.

Daí que não veja como, chegados aqui, poderemos aumentar a produção de bens transacionáveis e/ou exportáveis… Perderemos mais de 20% da população em apenas duas gerações. Nenhum país terá alguma vez, em paz, tido semelhante trajetória.

Podemos agora afirmar que chegámos a um ponto de não retorno?!

É um choque tremendo com ondas em todas as direções e setores de atividade.

Preparados?!


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