Visitantes das Aldeias Históricas ficam alojados entre um a dois dias

Segundo os resultados do projeto PlowDeR que serve para medir o impacto económico e social das atividades geradoras de riqueza nos territórios de baixa densidade.

Os visitantes das Aldeias Históricas de Portugal ficam alojados, em média, entre um a dois dias, e visitam três aldeias, segundo um estudo ontem apresentado em Linhares da Beira, no concelho de Celorico da Beira, Guarda.

A Associação de Desenvolvimento Turístico das Aldeias Históricas de Portugal (AHP) apresentou hoje os resultados do projeto pioneiro, denominado PlowDeR, que serve para medir o impacto económico e social das atividades geradoras de riqueza nos territórios de baixa densidade.

O projeto foi desenvolvido pela AHP, a Universidade de Aveiro, o Instituto Politécnico da Guarda e a Turismo Centro de Portugal.

No estudo é salientado que o orçamento médio de cada visitante das 12 aldeias da rede das AHP “é de 546,95 euros” e que, “em média, os visitantes ficam alojados entre um a dois dias, visitando, em média, três aldeias”.

O projeto, coordenado por Carlos Santos, conclui também, entre outros pontos, que os alojamentos mais procurados pelos turistas são os existentes no espaço rural e que a maior motivação dos visitantes “relaciona-se com o património histórico e cultural do concelho [onde se situam as Aldeias Históricas] seguida do contacto com a natureza e com a ruralidade”.

Quanto aos residentes, é referido que “a maioria está satisfeita ou muito satisfeita com o impacto do turismo na sua aldeia, bem como com a associação à marca AHP”.

Os habitantes “revelam ainda sentir orgulho em pertencer à comunidade e cultura locais e participam no desenvolvimento de eventos turísticos na aldeia”, segundo o documento.

Para os autores do estudo, o projeto PlowDeR é “um ponto de partida para dar resposta efetiva à manutenção de um sistema de indicadores que permita analisar o impacto social e económico da atividade turística nos territórios de baixa densidade”.

No âmbito do projeto, foi desenvolvida uma plataforma tecnológica, denominada ILDA – Indicators for Low Density Areas, para permitir a recolha e a gestão dos dados obtidos.

Para a rede das AHP, o PlowDeR é “absolutamente pioneiro, uma vez que foi criado com o objetivo de dar resposta às lacunas na recolha de informação estatística nos territórios de baixa densidade – em especial à falta de dados qualitativos”.

O projeto-piloto, realizado durante 18 meses, focou-se, maioritariamente, “na definição de um conjunto de indicadores que sirvam de base a uma matriz de referência, que seja capaz de avaliar com precisão o impacto económico e social das atividades turísticas”.
Uma matriz que, segundo a fonte, poderá ser replicável “noutros contextos geográficos do país com a mesma base, uma vez que o setor do turismo é considerado de especialização inteligente transversal”.

António Robalo, presidente da AHP, disse na sessão de abertura do seminário hoje realizado na Aldeia Histórica de Linhares da Beira que o projeto “é uma mais-valia” para a rede e “para aqueles que trabalham processos de diferenciação dos territórios, particularmente no turismo”.

O presidente da entidade de Turismo do Centro, Pedro Machado, disse à agência Lusa tratar-se de uma ferramenta importante para perceber quem visita o território, as motivações por que o visitam e quanto gastam.

“O estudo reveste, para nós, este caráter técnico, mas também, político (leia-se na gestão da coisa pública) para perceber de que forma a aposta que estamos a fazer é uma aposta ganha”, justificou.


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